Com a exigência maior de usuários de internet, empresas investem em avanço da tecnologia. Um dos grandes desafios e oportunidades para a evolução do mercado de telecomunicações atual está no avanço da tecnologia de fibra óptica, que tem se provado a de melhor custo benefício para trafegar os dados cada vez mais crescentes pela internet. A demanda por conteúdo na internet, como vídeo on-line, saltou nos últimos anos, exigindo transmissões de mais dados com maior velocidade.
Há menos de uma década a capacidade de transmissão de uma cidade para outra era o mesmo do que um único usuário já pode receber hoje. Para acompanharem a onda de evolução tecnológica que o mundo virtual exige e para não ficarem defasadas, as fabricantes de infra-estrutura e operadoras de telecom investem em pesquisa e desenvolvimento no campo de comu-nicações ópticas. Nesta semana, a brasileira Padtec anunciou parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para estudos nessa área, com investimento conjunto de R$ 40 milhões em cinco anos. A Telefónica também fechou parceria similar com a fundação nas últimas semanas.
"É uma das áreas mais ativas de telecom", diz o presidente da Padtec, Salomão Pereira. "Pode haver ainda um aumento efetivo da capacidade de transmissão na mesma fibra", completa.
A Fapesp apoiará projetos de pesquisa na área, num volume de esforços que a empresa não conseguiria fazer por conta própria. Também ajudará na formação de profissionais. Tudo isso ajudará a Padtec se manter nesse difícil mercado e ter sucesso nos planos de exportação, que já a leva a 20 países.
Os R$ 40 milhões envolvidos constituem no maior valor de um convênio da Fapesp feito por chamada pública. "O primeiro desafio é aumentar a largura de banda em uma mesma fibra. Depois, entra estabilidade, baixo custo e potencial de consumo", diz o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito.
Mesmo as operadoras não têm escolha a não ser oferecer mais capacidade para atender seus assinantes, sem com isso aumentar o custo do serviço. A Telefónica está cedendo o uso de uma rede de fibras ópticas, de 3,3 mil quilômetros, no estado de São Paulo à Fapesp. Ela interligará pesquisadores de uma plataforma experimental, chegando a laboratórios de entidades científicas e universitárias paulistas.
O valor da rede é de R$ 30 milhões, que serão somados a R$ 390 mil para bolsas de estudo. A Fapesp compensará com investimento anual de R$ 4 milhões para projetos sobre tecnologias da internet do futuro.
Diversos campos são estudados para a evolução da capacidade de transmissão das fibras, como os materiais utilizados, os equipamentos e software.
Mas para o gerente de produtos da Furukawa, Renato Flávio Cruz, mesmo com as pesquisas em muitas frentes, a evolução das fibras já comuns no mercado aponta para o que será de consumo de massa entre 5 e 10 anos no Brasil. A primeira tendência está no aumento da capacidade das fibras multimodo, mais baratas e usadas em redes locais, como prédios, em distâncias de até centenas de metros. Como qualquer computador atual já consegue receber em 1 gigabit por segundo (Gbps), elas precisam suportar 10 Gbps.
Outra tendência está em permitir que as monomodo - quase sem restrições de capacidade de transmissão, usadas para interligar cidades e que exigem equipamentos mais caros - tenham menos perda de sinal em diversas condições. Elas estão se tornando mais flexíveis, à medida que chegam mais em ambientes internos, a ponto de poderem ser dobradas sem grandes perdas de capacidade.
Notícia
Gazeta Mercantil