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Fertilizante feito com material biodegradável e papel de cana-de-açúcar é invenção de pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Paulo e São Carlos (33 notícias)

Publicado em 02 de maio de 2022

Por Daiane Souza

Parceria realizada entre a UFSCAR e a USP possibilitou uma descoberta que pode mudar toda a economia agrária e otimizar o agronegócio do Brasil

Os estudantes e pesquisadores que fazem parte da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade de São Paulo (USP), criaram um novo fertilizante que usa como matéria prima principal a celulose de cana-de-açúcar que tem como objetivo usar materiais biodegradáveis para que haja uma exposição lenta ao solo e uma decomposição suficiente para o crescimento mais acelerado das plantas.

Ou seja, quando os materiais poderem ser usados em alta escala pelos agricultores, será possível, até enfim, diminuir uma parte da dependência que o Brasil possui quanto ao uso de fertilizantes que são importados da Rússia. Isso porque, desde que houve o estouro da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, os preços inflaram, o que prejudicou o pequeno consumidor e cultivador de sua terra.

Como é feito esse material biodegradável?

Esse material biodegradável pode ser feito apenas usando a fibra da celulose tendo como base a cana-de-açúcar, que faz parte da cultura agrária de nosso país. Em suma, ela conta com alguns nutrientes que são essenciais para que haja um desenvolvimento mais rápido de mudas sobre o solo, sendo o nitrogênio, fósforo e o potássio.

Esses materiais conseguem sofrer com os processos de decomposição natural quando entram em contato com o meio ambiente, não deixando nenhum tipo de ácido ou metal pesado sobre a terra, o que pode, consequentemente, fazer com que ela se torne mais produtiva.

Logo depois que o produto foi criado, a invenção foi enviada para o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). E, para quem pode estar achando que vai sair caro, segundo a Universidade Federal de São Paulo, sua produção está por volta de R$ 0,27, justamente porque leva na composição apenas itens que já fazem parte da agricultura brasileira, sem tendo a necessidade que se sofra tanto as variações das commodities no momento em que for haver a compra.

A criação deste fertilizante teria sido inspirada em uma obra de doutorado, de Lucas Luiz Messa, doutor em Engenharia e Ciência de Materiais pela USP, campus de Pirassununga. Lucas teria recebido o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para que se mantivesse no campo da ciência através de bolsas. Atualmente, ele faz parte da docência do Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME-Ar) do Campus Araras da UFSCar.

Não vai precisar fazer o uso de nenhum tipo de solvente e não há descarte de materiais ruins para o meio ambiente durante a produção

Um dos lados positivos, de acordo com o doutor, é que a criação deste componente biodegradável não exige que haja o uso de solventes, que poderão fazer com que tenham que ser dispensados no esgoto e causar problemas ambientais a peixes e água.

Em um formato de folha, como se fosse um pedaço de papel, não é necessário que se haja a conservação através do plástico, podendo até mesmo usar o material como sacola e depois o dispensar nas colheitas, onde vai fornecer muitos nutriente para o solo, deixando-o bem mais rico e nutrido.