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Ferramenta baseada em IA cria dieta alimentar personalizada (53 notícias)

Publicado em 04 de setembro de 2023

Cientistas do Centro de Pesquisa em Alimentos da USP anunciaram a criação de uma ferramenta com recursos de inteligência artificial que poderá ajudar nutricionistas a preparar planos alimentares personalizados. Publicada na última edição do Journal of Food Composition and Analysis, a pesquisa se baseia em variáveis como a composição química e a sazonalidade dos alimentos e as formas de preparo, para recomendar o cardápio mais indicado para cada pessoa.

O método já foi testado por nutricionistas e recebeu um índice de aprovação de 89% em relação às características dos planos alimentares elaborados, que também consideram preferências, restrições e recomendações nutricionais do paciente. Entre as várias técnicas de IA avaliadas, os pesquisadores escolheram uma que é aplicada em jogos computacionais, chamada Máquina de Estados Finito (MSF), com a qual se executam determinadas ações até que seja alcançado o resultado desejado.

“Há uma série de regras e possibilidades de combinações de alimentos. A ferramenta gera diversos planos alimentares com base nessas regras, sendo capaz de compreender quais são as combinações corretas”, explicou a coordenadora do projeto, a nutricionista Kristy Soraya Coelho, em entrevista à Agência FAPESP.

De acordo com a pesquisadora, ao criar os planos alimentares, a ferramenta faz a estimativa da necessidade de energia do indivíduo e leva em conta a distribuição adequada de macronutrientes (60% de carboidratos, 15% de proteínas e 25% de lipídios) e de micronutrientes (vitaminas e minerais): “Caso seja necessário, é possível fazer a substituição dos alimentos e das preparações e alterar as porções”.

Os cientistas da USP utilizaram a base de dados da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA), relativos aos itens que costumam ser consumidos no país, com metodologias adequadas e padronizadas. “São informações obtidas em laboratórios próprios da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e de estudos de outras universidades do Brasil, que não consideram apenas os valores dos alimentos in natura, mas também preparações simples. Isso permite fazer a estimativa da composição química dos alimentos por meio de cálculos”, acrescentou Kristy Coelho.