Hoje (17/06) foi publicado um artigo na revista PNAS, onde um grupo de pesquisadores apoiado pela FAPESP estima que mais de 3 mil espécies de vertebrados terrestres estejam em risco de extinção devido a eventos naturais como terremotos, furacões, tsunamis e erupções vulcânicas.
O levantamento foi feito a partir da sobreposição da área do planeta em que esses eventos ocorreram com os locais de ocorrência de mamíferos, répteis, anfíbios e aves que têm menos de mil indivíduos na natureza ou que ocupam uma área menor do que 2,5 mil quilômetros quadrados, o que dificulta a recuperação da população diante de fenômenos naturais críticos.
O estudo, realizado em parte durante um pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro, com bolsa da FAPESP, é conduzido no âmbito do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças do Clima (CBioClima), um CEPID apoiado pela FAPESP.
Entre as espécies ameaçadas por eventos naturais, 70% vivem em ilhas, sendo 34% na região dos Neotrópicos, que se estende do sul do México até o norte da Argentina.
Os pesquisadores identificaram um alto risco para 2.001 espécies, com 25% ou mais de sua distribuição em áreas com ocorrência desses eventos. Outro fator alarmante é que 30% dessas espécies vivem em locais sem proteção, e apenas 15% possuem um plano específico de conservação.
O estudo destaca a importância de medidas como a criação de corredores ecológicos, reprodução assistida em cativeiro, translocação de populações e conservação em áreas protegidas para mitigar os impactos sobre as espécies ameaçadas.
O Brasil possui apenas duas espécies listadas no estudo. A lagartixa-da-areia e o sapo-de-barriga-vermelha são exemplos de espécies em risco de extinção devido a fenômenos naturais
Dos quatro eventos naturais considerados no estudo, apenas os furacões possuem relação direta com o aquecimento global. As previsões do IPCC apontam para um aumento de eventos extremos como esse.
O artigo completo pode ser acessado em: www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.2321068121.
Informações da Agência FAPESP