Conhecida por ser um dos centros financeiros da cidade, a Avenida Faria Lima também pode receber o título de Avenida das Bicicletas. Após a construção da ciclovia no local, o número de frequentadores aumenta todo ano. Segundo matéria da Folha de S. Paulo, apenas nos primeiros sete meses deste ano, houve um aumento de 45% de usuários de bicicletas no local. Já reportagem do Estado de S. Paulo aponta que a média diária subiu de 1,7 mil para quase 5 mil passeios desde 2013 até hoje.
Desses números, aproximadamente 25% são usuários da Bike Sampa. O uso de bicicletas na via é tão forte que foi o local escolhido para a divulgação do novo sistema de empréstimos em janeiro deste ano. A matéria do Estado ainda coloca a ciclovia do local à frente da de grandes cidades do mundo. Até o final de julho, mais de 750 mil deslocamentos de bicicletas foram registrados, contra 350 mil na Avenida Paulista. Marginal Segundo o blog Ciclocosmo da Folha de S. Paulo, ciclistas estão sendo impedidos de treinar na ciclovia do Rio Pinheiros. No local, há um limite de 20 km/h. Porém, atletas profissionais ou semi utilizam o perímetro em velocidades superiores. Pela extensão e ausência de tráfego, há quem enxerga ali uma pista de corrida perfeita e gratuita para seu treinamento. Porém, ciclistas que se deslocam por ali podem acabar machucados.
O blog afirmou que a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), responsável pelo local, estava espalhando cartazes e monitorando quem passasse correndo. O regulamento da ciclovia estabelece que é proibida a “conduta de ciclista que coloque em risco a segurança de outros usuários, tais como excesso de velocidade, condução perigosa e agressiva, circular na contramão, fazer malabarismo ou equilibrar- se apenas em uma roda”, por exemplo. Entre as penalidades está a retirada do local e, em caso de resistência, a condução até um posto policial.
Incentivo Um estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) mostra “que moradores de áreas próximas às ciclovias têm a chance aumentada de usar a bicicleta como meio de transporte em 154%. Para aqueles que moram perto de estações de trem ou metrô, o aumento ficou em 107%, independentemente de fatores como sexo, idade, nível educacional ou bairro”. Segundo dados divulgados pela Agência Fapesp, apenas 5,1% da população adulta de São Paulo utiliza a bicicleta como meio de locomoção.
Os resultados do estudo apontam que a construção de mais ciclovias faria aumentar esse número. Alex Florindo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do estudo, afirmou em entrevista à Fapesp que “é preciso garantir o espaço, principalmente em uma cidade como São Paulo, que tem um trânsito tão violento e capaz de inibir o uso da bicicleta”.
Mais opções para quem quiser pedalar
A população que está trocando outros meios de locomoção pelas magrelas ganha mais uma alternativa. Além das bicicletas vermelhas e das laranjas, chegaram agora as amarelas. Diferentes do modelo anterior com estações para pegar e deixar as bikes, as amarelas apresentam mais liberdade aos usuários.
O sistema de bicicletas soltas com redistribuição livre e liberadas por aplicativo de celular, chega às ruas da cidade com 500 bicicletas em projeto piloto que será expandido gradualmente. Após a fase inicial, para observar comportamentos e adquirir aprendizados para melhor organização da cidade, a expansão prevê 20 mil bicicletas na capital paulista ainda em 2018 e até 100 mil em 2019, incluindo regiões periféricas, outras cidades do Brasil e outros veículos, como patinetes. O início da operação piloto no centro expandido teve seu foco nas regiões da Faria Lima e Vila Olímpia. Vermelhas e laranjas O BikeSampa, das bicicletas laranjas, opera em mais de 100 estações.
Quando a operação estiver completa, a previsão é que 260 estações estejam em funcionamento. Segundo a Prefeitura, o Bike Sampa tem um acervo de 1.700 bicicletas e 32.354 usuários cadastrados. Já para utilizar as bicicletas do CicloSampa, as magrelas vermelhas, o ciclista deve se cadastrar no site da empresa. Os primeiros 30 minutos são gratuitos. Lojas Já para quem prefere comprar a própria bicicleta, Pinheiros tem expandido sua oferta de lojas e oficinas.
São mais de dez localidades que prestam serviço ou vendem bikes. Há lojas mais tradicionais, e outras com serviços como café e lancheria. Abaixo, uma lista com apenas alguns dos locais aonde você poderá adquirir ou consertar sua bicicleta na região: Sportix Bike Shop Pinheiros (Rua Maria Carolina, 730); Vela Bikes (R. Cunha Gago, 169); Bike Tech Pinheiros (Av. Pedroso de Morais, 1053); Adoro Bike (R. Cunha Gago, 844); Ciclo Dias Santos (Av. Pedroso de Morais, 265); Ciclo Urbano Pinheiros (R. Artur de Azevedo, 1325); Bike House (Rua Cardeal Arcoverde, 2062); Vela Bikes (R. Cunha Gago, 169); Scoobike Bicycles and Mopeds (Av. Brg. Faria Lima, 260); Mobike (Shopping Eldorado - Av. Rebouças, 3970); Oficina de Bicicletas do Rodo (R. Mourato Coelho, 837); Aro 27 Bike Café (R. Eugênio de Medeiros, 445).
Plano cicloviário pretende maior conexão
A Prefeitura de São Paulo apresentou o plano cicloviário da cidade. O projeto prevê ampliação da rede cicloviária e conexão a terminais de ônibus e estações de metrô e trem. Além disso, prevê um anel cicloviário unindo partes distintas da cidade com maior integração. A requalificação e criação de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, levando-se em conta as características e volume de tráfego da via também está prevista, junto com a implantação de estruturas de acalmamento de tráfego onde forem implantadas ciclorrotas (rua compartilhada por carros e bicicletas) e melhoria da infraestrutura de apoio ao ciclista (bicicletários, paraciclos etc).
A realização de audiências públicas nas 32 Prefeituras Regionais da capital para apresentar e promover o debate das propostas com a sociedade está prevista. Para o segundo semestre deste ano, estão programadas ações nas Ciclofaixa Costa Carvalho (implantar ciclofaixa conectando ao Terminal Pinheiros); Ciclofaixa Fernandes Moreira (substituir por ciclofaixa Alexandre Dumas); Ciclofaixa Vila Prudente (substituir por ciclovia Luis Ignácio de Anhaia Melo); Ciclofaixa Lopes de Azevedo (substituir ciclofaixa por ciclorrota com acalmamento de tráfego); e no Eixo Estrutural Norte (projetar ciclovia conectando o centro à Zona Norte). O plano prevê uma melhor hierarquia da rede cicloviária, considerando as características da cidade e o volume de veículos motorizados na via. Assim, foram divididas as redes estruturais, regionais e locais.
A Rede Estrutural é composta pelas principais ligações cicloviárias da cidade, com percursos maiores. É formada principalmente pelos eixos Norte, Sul, Leste e Oeste, e dois anéis: o maior, o Minianel Viário, composto pelas marginais, avenidas dos Bandeirantes, Tancredo Neves, Juntas Provisórias e Salim Farah Maluf; o anel menor, na região Central, chamado de “Rótula”, além de uma rede que permeia toda da cidade. A rede estrutural será constituída prioritariamente por ciclovias, ou seja, vias segregadas do leito em que circulam os carros, como já ocorre, por exemplo, na Av. Faria Lima.
A Rede Regional é feita de estruturas de ligações entre comércio, serviço, transporte e lazer com a função de conexão entre os eixos estruturais. A rede regional será composta predominantemente por ciclofaixas. Já a Rede Local possui vias que conectam a rede regional aos bairros e às áreas de interesse local. Será constituída preferencialmente por ciclorrotas, em ruas que possuem baixo volume de veículos e receberão tratamento para acalmamento de tráfego – intervenções na geometria da via que induzem à redução de velocidade, como a construção de lombofaixas, faixas de pedestres elevadas.