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Centro Alemão de Ciência e Inovação - São Paulo

FAPESP Week: Partículas de ouro com potencial uso em nanomedicina (1 notícias)

Publicado em 28 de outubro de 2014

Agência FAPESP – A síntese de partículas de ouro ultrapequenas com potencial aplicação em nanomedicina é o objetivo de um projeto que vem sendo desenvolvido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com apoio da FAPESP. Dados preliminares foram apresentados pelo professor do Departamento de Bioquímica Alioscka Sousa na última quinta-feira (16/10), na Alemanha, durante a programação da FAPESP Week Munich. O Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo (DWIH-SP) é parceiro da FAPESP Week Munich e participa do evento.

“Muitos grupos têm trabalhado com partículas de ouro com cerca de 10 ou 20 nanômetros (nm) de diâmetro. Nosso objetivo é sintetizar partículas com menos de 3 nm, pois estudos in vivo de outros pesquisadores mostraram que elas são pequenas o suficiente para serem excretadas pelos rins e, portanto, não se acumulam no organismo”, disse Sousa em entrevista à Agência FAPESP.

De acordo com o pesquisador, dados da literatura científica revelam que esse tipo de partícula metálica, apesar do tamanho diminuto, mantém certa preferência por se depositar em tecidos tumorais, onde há grande vascularização e pouca drenagem linfática. Com isso, ela demora mais para ser excretada.

Embora ainda não tenha sido testado in vivo nenhum potencial uso terapêutico, existe uma teoria de que as partículas metálicas ultrapequenas poderiam servir como carreadoras de drogas contra o câncer.

Nanopartículas magnéticas
No mesmo painel dedicado ao tema Nanotecnologia e Fotônica, o pesquisador Stefan Lyer, vice-líder da Seção de Oncologia Experimental e Nanomedicina do Departamento de Otorrinolaringologia da Universidade Hospital Erlangen, na Alemanha, apresentou resultados de um projeto cujo objetivo é desenvolver nanopartículas magnéticas para serem usadas como carreadoras de drogas contra o câncer.

"Estamos sintetizando nanopartículas magnéticas com núcleo de óxido de ferro e uma camada externa biocompatível. As partículas são estabilizadas e carregadas com drogas quimioterápicas. A ideia é que possam entregar grandes concentrações de medicamento diretamente no tecido afetado pelo tumor", explicou.

A eficácia e a segurança do método já começaram a ser testadas em ensaios pré-clínicos. Caso novos ensaios clínicos sejam bem-sucedidos, acredita-se que a tecnologia poderá reduzir custos e efeitos colaterais do tratamento do câncer, além de aumentar sua eficácia. 

Para ler a reportagem na íntegra, acesse a Agência FAPESP.