A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) está dando início à segunda fase de um projeto especial que visa o financiamento de itens de infra-estrutura para universidades e centros de pesquisa. A verba destinada para o segundo ano é de R$ 70 milhões - um acréscimo de R$ 10 milhões em relação ao uno passado.
Na primeira fase do Programa Emergencial de Apoio à Recuperação e Modernização da Infra-Estrutura de Pesquisa do Sistema Educacional de Ciência e Tecnologia, foi dada ênfase a problemas emergenciais, como reforma de rede elétrica em laboratórios. Nesta segunda etapa, as instituições já podem requerer a modernização de instalações e equipamentos.
De acordo com Nelson de Jesus Parada, diretor-presidente da Fapesp, a grande inovação deste ano é quanto à divisão em módulos. "Na primeira fase, os pedidos foram analisados de uma forma heterogênea. Com a divisão em módulos poderemos analisá-los mais objetivamente", explica Parada.
O primeiro módulo será reservado para os pedidos de aquisição e instalação de grandes equipamentos (como espectômetros e microscópios eletrônicos), para uso de vários pesquisadores. O segundo destina-se à informática: sistemas computacionais, redes locais e redes institucionais. O prazo para ambos os módulos termina em 2 de outubro. Os módulos seguintes dizem respeito à reforma e ampliação de bibliotecas, aquisição de livros e outros itens não contemplados anteriormente, e se encerram no final de outubro.
O recurso financeiro é concedido à pessoa física (pesquisador) que encaminha o pedido à Fapesp e presta contas do material comprado. Se necessário, são feitas visitas "in loco" para confirmar ou completar informações fornecidas pelos candidatos e, em alguns casos, são sugeridas soluções mais adequadas àquele caso.
Parada enfatiza que os financiamentos de infra-estrutura não são concedidos em detrimento das tradicionais bolsas de pesquisa. Isto porque a Fapesp tem duas maneiras de captação financeira. Uma delas é proveniente do Estado que, por lei, repassa 1% da arrecadação do ICMS à Fundação, e esta concede as bolsas. A outra é através de renda própria, já que a Fapesp possui um patrimônio líquido rentável de cerca de US$ 300 milhões. A renda de US$ 100 milhões deste ano foi dividida entre os programas especiais de infra-estrutura, jovens cientistas em centros emergentes e capacitação tecnológica.
No ano passado, das 1.015 propostas apresentadas, 775 foram aprovadas de acordo com os critérios de mérito estabelecidos pela Fapesp e aplicados pelas assessorias externas. "Nenhum projeto aprovado com mérito deixou de ser financiado", afirma Parada. Segundo ele, a prioridade é dada para institutos que têm problemas com recursos próprios e não têm recebido financiamentos regulares da Fundação.
Notícia
Gazeta Mercantil