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Fapesp libera importação para projetos de pesquisa

Publicado em 27 agosto 2003

Evanildo da Silveira escreve para 'O Estado de SP': Depois de um ano suspensas, as importações de bens e serviços, como computadores, equipamentos e reagentes, para projetos de pesquisa voltam a ser liberadas pela Fundação de Amparo a Pesquisa de SP (Fapesp). A fundação tinha proibido importações para projetos que financia em agosto de 2002, por causa da crise cambial - a cotação do dólar, em plena campanha eleitoral, girava em torno de R$ 3,70. Na época, a Fapesp argumentou que precisava preservar sua capacidade de investimento a longo prazo. A decisão anunciada na sexta-feira beneficia 144 projetos. Com a moeda americana cotada em torno de R$ 3,00, o Conselho Superior da Fapesp decidiu reiniciar de 'forma planejada e gradativa' a importação de bens e serviços. Segundo José Fernando Perez, diretor-científico da Faperj, serão liberados US$ 5,4 milhões, inicialmente para projetos com término previsto até 31 de outubro. 'Nossa intenção é evitar danos irreparáveis aos trabalhos em fase final de realização.' De acordo com Perez, a política adotada pela Fapesp nos últimos 12 meses foi outro fator que ajudou a tornar possível a retomada das importações. 'Nesse período, não fizemos nenhuma concessão nova', explica. 'Por isso, nossas finanças estão equilibradas e agora temos disponibilidade de recursos para honrar os compromissos com as importações.' Para que tenham seus projetos entre os contemplados, os pesquisadores precisarão atender a alguns requisitos. Um deles é estabelecer um novo prazo para a conclusão do trabalho. Deverão também demonstrar que os bens e serviços que desejam comprar são absolutamente indispensáveis. Segundo Perez, o atendimento às solicitações se dará de forma compatível com as disponibilidades orçamentárias da Fapesp. 'Por isso, recomendamos que sejam renegociados com os fornecedores os preços desses bens, de forma a viabilizar o atendimento ao maior número possível de solicitações.' O anúncio da medida deixou os pesquisadores aliviados. 'Estamos dando pulos de alegria', diz a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de SP (USP). 'Agora há a expectativa de podermos importar equipamentos e reagentes de que necessitamos.' A alegria tem justificativa. Com a suspensão das compras no exterior, o grupo de Mayana deixou de importar dois equipamentos para análises de expressões de genes fundamentais para seu trabalho de investigação científica, que custam cerca de US$ 250 mil. 'A aquisição ou não desses equipamentos significa a diferença entre fazer pesquisa de ponta ou pesquisinha.' (O Estado de SP, 16/8)