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Fapesp lança programa para estabelecer Centro Internacional de Pesquisa em SP (14 notícias)

Publicado em 11 de março de 2025

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) anunciou o lançamento do programa Centro Internacional de Pesquisa (CIP), que visa fomentar a criação de centros internacionais em colaboração com universidades e instituições de pesquisa de renome global. O objetivo é promover um ambiente propício para a pesquisa colaborativa de alta qualidade […]

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ( ) anunciou o lançamento do programa Centro Internacional de Pesquisa (CIP), que visa fomentar a criação de centros internacionais em colaboração com universidades e instituições de pesquisa de renome global. O objetivo é promover um ambiente propício para a pesquisa colaborativa de alta qualidade em São Paulo

Marcio de Castro , diretor científico da FAPESP, destaca que “o CIP tem como missão consolidar São Paulo como um polo de excelência em pesquisa, permitindo que cientistas internacionais colaborem com jovens pesquisadores e estudantes de pós-graduação locais”. Essa iniciativa não apenas visa atrair cientistas estrangeiros, mas também facilitar a troca de conhecimento entre as partes envolvidas.

O plano contempla a criação de nove centros ao longo dos próximos anos, que poderão ser estabelecidos em universidades ou instituições públicas e privadas . Cada centro poderá contar com até R$ 30 milhões em financiamento da FAPESP durante um período de cinco anos, recursos que serão alocados conforme os instrumentos de apoio disponíveis, incluindo bolsas para doutorado, pós-doutorado, e estágios no exterior.

De acordo com Leandro Colli , assessor para colaborações internacionais da FAPESP, “ os CIPs terão um orçamento destinado a projetos de pesquisa aprovados pelas instituições parceiras e avaliados pela FAPESP, focando em áreas estratégicas para o Estado e na fronteira do conhecimento” . A proposta é criar projetos colaborativos que incentivem não apenas a ida de pesquisadores paulistas ao exterior, mas também a vinda e permanência de grupos internacionais em São Paulo.

Uma das exigências para o estabelecimento dos CIPs será a presença contínua de pesquisadores associados às instituições internacionais parceiras nos centros. Colli ressalta que “o objetivo é construir parcerias duradouras que permitam um intercâmbio contínuo entre alunos de graduação e pós-graduação e pesquisadores”.

As universidades e instituições paulistas terão o papel crucial de buscar e firmar essas parcerias internacionais. A contribuição econômica será realizada por meio do pagamento dos salários dos pesquisadores e do suporte logístico necessário para a operação dos centros, enquanto as instituições internacionais cuidarão da remuneração dos seus pesquisadores durante sua estadia em São Paulo.

Segundo Castro, “acreditamos que os CIPs terão um impacto significativo na comunidade científica e tecnológica do Estado, pois promoverão uma colaboração internacional robusta”.

O primeiro centro a fazer parte do programa CIP é o Centro Internacional de Pesquisa (IRC) “ Transições “, resultado da parceria entre o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França e a Universidade de São Paulo (USP). Inaugurado no campus da USP em março de 2024, este IRC marca o sexto estabelecimento do CNRS em colaboração com universidades ao redor do mundo.

A principal missão do IRC Transições é fomentar pesquisas interdisciplinares que abordem desafios globais complexos nas áreas de ciências humanas e sociais, ecologia, biologia, oceanografia, tecnologias quânticas e metodologias computacionais aplicadas à agricultura e descarbonização.

Liviu Nicu , diretor do escritório do CNRS na América do Sul, afirma que “a evolução estratégica representada pelo IRC Transições é um marco significativo na cooperação científica internacional”, evidenciando o compromisso duradouro do CNRS com o Brasil.

No primeiro ano de operação do IRC, foram estabelecidos dois laboratórios internacionais focados em pesquisa: um dedicado à biologia no campus da USP em Ribeirão Preto, visando compreender melhor as respostas imunes associadas à inflamação pulmonar e neurológica; e outro chamado “ Mundos em Transição” , localizado na capital paulista, que investiga transformações globais complexas como mudanças climáticas e os impactos da

François-Michel Le Tourneau, diretor de pesquisa do IRL Mundos em Transição, destaca que essa colaboração entre França e USP busca estruturar melhor as relações científicas históricas entre os dois países. Uma das primeiras iniciativas será mapear as redes de cooperação científica existentes no campo das humanidades.

Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, acredita que esta nova estrutura pode ser uma iniciativa fundamental para consolidar a colaboração científica nas ciências humanas entre São Paulo e a França.