Estudo revela que maioria dos beneficiários seguiu carreira científica
Mais da metade (54,5%) dos bolsistas da FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo) chegou ao doutorado e 77% deles atuam em instituições de ensino e pesquisa. Os resultados são do livro Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP, editado pela Fundação. A obra mapeia o percurso científico e o destino profissional de alunos universitários de graduação e pós-graduandos que solicitaram bolsas à instituição entre 1992 e 2002.
Segundo a pesquisa, apenas 13,2% dos bolsistas não prosseguiram na carreira acadêmica. Foi constatado ainda um índice considerável de evasão entre os pesquisadores que obtiveram auxílio da fundação. Enquanto 79,7% deles optaram por uma carreira acadêmica no território paulista, outros 18,6% se debandaram para diferentes estados e 1,7% partiram para o exterior.
O estudo, que mapeou a trajetória de 5 mil bolsistas em 12 campos do conhecimento, destacou o equilíbrio na distribuição das bolsas entre as diversas áreas e entre as diferentes naturezas institucionais (particulares e públicas). A repartição dos auxílios por gênero também se mostrou isonômica: homens e mulheres procuraram por apoio da FAPESP na mesma medida em que os gêneros se inserem em cada campo do conhecimento.
Houve maior proporção de homens na área de Astronomia e Ciências Espaciais, Economia e Administração, Geociências, Matemática, Física, Química e Engenharia. As mulheres, por outro lado, são maioria em Arquitetura e Urbanismo, Agronomia e Veterinária, Biologia, Saúde e Ciências Humanas e Sociais.
O estudo mostra também que o perfil dos bolsistas é semelhante às características típicas do Ensino Superior brasileiro. Predominam os brancos e egressos do Ensino Médio regular, cursado em período diurno e em escola privada.
Bolsas não concedidas
O estudo também considerou aqueles que não tiveram seu pedido de bolsa concedido, grupo que corresponde a cerca de 35% da amostra analisada. Entre eles, a maioria manteve o projeto inicial e seguiu a carreira acadêmica com recursos próprios ou submeteu o projeto a outras agências de fomento.
Dos bolsistas que se tornaram pesquisadores, 26,4% se ligaram à USP (Universidade de São Paulo), 9,1% à Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), 8,4% à Unicamp (Universidade de Campinas), 27% a outras instituições públicas e 27,3% a instituições privadas.
Dentre os tipos de trajetórias identificadas - que se refere ao caminho percorrido pelo cientista durante a sua vida profissional - 42,5% incluem iniciação científica, 31,4% mestrado, 17,7% doutorado e 8,5% pós-doutorado.
O estudo
O estudo corresponde à segunda parte do projeto Sistema de Avaliação de Resultados de Políticas de Fomento, iniciado em 2004 com o objetivo de contribuir para a elaboração de diagnósticos da situação da ciência e tecnologia no Estado de São Paulo e para a formulação de políticas públicas na área.
A primeira parte do projeto consistiu em um inventário dos equipamentos científicos e tecnológicos adquiridos no período de 1995 a 2002 com apoio da FAPESP. Os resultados foram publicados no livro Parque de Equipamentos de Pesquisa, em 2007. O projeto foi conduzido pelos professores Carlos Vogt, Geraldo Di Giovanni, Eugênia Charnet, Helena Carmo Antunes e Jocimar Archangelo.
Com informações da Agência FAPESP.