A FAPESP lançou no dia 03/02 o Centro Brasileiro para o Desenvolvimento na Primeira Infância (CPAPI), em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e com sede no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em São Paulo.
O CPAPI – que irá operar nos mesmos moldes dos dez Centros de Pesquisa em Engenharia/Centros de Pesquisa Aplicada (CPE/CPA) já implantados pela FAPESP em parceria com empresas – terá como missão realizar pesquisa na área de mensuração do desenvolvimento da primeira infância (DPI), integrar dados de DPI registrados por diferentes fontes, organizar cursos e oficinas de e-learning para profissionais do setor público, estudantes do ensino médio ao doutorado sobre o impacto do DPI na evolução para a adolescência e vida adulta. Para tanto, contará, por um período de até dez anos, com recursos da ordem de R$ 16 milhões aportados pelos três parceiros.
Coordenado por Naércio Menezes Filho, professor do Insper e da Universidade de São Paulo (USP), o Centro desenvolverá pesquisas que oferecerão subsídio para políticas públicas e para práticas profissionais voltadas ao desenvolvimento de crianças nos seis primeiros anos de vida.
Uma das iniciativas do Centro será desenvolver uma plataforma para armazenar informações coletadas junto a um grupo de criança e integrar esses dados a registros administrativos de educação e saúde.
“Começaremos com um piloto em um município nos primeiros três anos, combinando os instrumentos já disponíveis, como a Caderneta de Saúde da Criança, com dados administrativos de saúde e educação”, adiantou Menezes. A plataforma de dados com essas informações estará disponível a todos os gestores do setor público que implementam os programas de visitas domiciliares no país.
O impacto das ações de monitoramento sobre o desenvolvimento infantil será avaliado por meio de metodologia que permite comparar as diferenças entre coortes nascidas antes e depois da intervenção no município com as do grupo de controle em outros municípios.
O Centro também irá coletar medidas biológicas, como padrão de sono, redes neurais funcionais, escores de risco poligênico e marcadores epigenéticos para examinar sua correlação com as medidas da Caderneta de Saúde da Criança e a evolução ao longo da vida.
Adicionalmente, serão implementadas intervenções complementares para melhorar as habilidades de pais e profissionais de diferentes setores que estão próximos das famílias, desde o pré-natal até os 6 anos de idade.
A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, parceira do projeto, integra uma coalizão internacional formada por outras seis instituições que há dez anos desenvolve projetos com o objetivo de melhorar as condições de desenvolvimento da infância e de construir pontes entre o conhecimento científico e a sociedade. Integram essa coalizão a Fundação Bernard van Leer; o Center on the Developing Child, da Universidade Harvard; o David Rockfeller Center for Latin American Studies; o Insper; o Porticus América Latina e a Faculdade de Medicina da USP.