Desde que foi lançado, em 1999, o Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) contribuiu com a formação de 130 pós-doutores, 243 doutores, 326 mestres e 255 alunos de iniciação científica. Hoje, são 121 bolsas e 67 auxílios em andamento só na FAPESP.
“É um verdadeiro exército de pessoas treinadas em áreas relacionadas à biodiversidade, mas agora chegamos a um patamar mais constante de bolsas e auxílios. Isso significa, de certa forma, que estamos limitados aos pesquisadores já estabelecidos e precisamos convidar mais jovens pesquisadores a submeter seus projetos”, disse Carlos Joly, coordenador do BIOTA, durante a 8ª Reunião de Avaliação do programa.
A ideia é que a ampliação dos recursos humanos – preferencialmente vinculada a auxílios de maior duração, como Projeto Temáticoe Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, de até quatro anos – seja acompanhada de uma crescente interação com pesquisadores de instituições estrangeiras.
“Precisamos nos comunicar com nossos colegas do Brasil, mas também com aqueles do exterior, a fim de atrair jovens promissores e estimular cada vez mais o intercâmbio de ideias”, disse Marie-Anne Van Sluys, membro da Coordenação Adjunta de Ciências da Vida da FAPESP, na abertura do evento.
Aproximar diferentes times de pesquisa foi um dos objetivos do encontro, que contou com a participação de alunos, pesquisadores principais e membros do Comitê Externo de Avaliação – formado por pesquisadores de renome internacional que, periodicamente, analisam o andamento do programa.
“Há linhas de pensamento próximas e o diálogo pode render resultados interessantes. Por exemplo: o professor Jerome Chave, que coordena o Laboratório de Biodiversidade Amazônica do Centro Nacional de Pesquisa da França, instalado na Guiana Francesa, demonstrou, nesses dias, interesse em intercambiar alunos de lá com brasileiros estudando a evolução da biota amazônica e da Mata Atlântica no âmbito de parcerias nossas com a National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos. São oportunidades assim que queremos explorar nos próximos anos”, disse Joly.
O aumento da internacionalização, uma das prioridades do Science Plan and Strategies for the next decade do BIOTA+10, vem atingindo as metas definidas em 2010. Com o apoio da diretoria científica, a coordenação estabeleceu parcerias e lançou chamadas de propostas com a NSF e com o Natural Environment Research Council (NERC), do Reino Unido.
“Uma das grandes conquistas do BIOTA foi assumir voz ativa no cenário internacional. Além da parceria com as agências, participamos de forças-tarefa e grupos de trabalho da plataforma IPBES [Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos], bem como da definição do escopo de chamadas da FAPESP com o Belmont Forum para cenários em biodiversidade”, relatou Joly.