Notícia

Jornal da USP

FAPESP - Fundação muda de endereço em 2001

Publicado em 09 maio 1999

Por RODOLFO MENGEL
Depois de adquirir uma área de cerca de 40 mil metros quadrados da Universidade de São Paulo (USP) em janeiro de 1997, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) abre licitação em maio para a construção de sua nova sede. O aumento do número de processos de projetos de pesquisa e bolsas nos últimos quatro anos obrigou a Fapesp a idealizar uma nova sede, com fácil acesso às três universidades estaduais paulistas, a USP, a Unicamp e a Unesp. A escolha recaiu sobre uma área de 39.837 melros quadrados às margens do rio Pinheiros, pertencente à USP. Foram investidos na época R$ 8.651.000,00 na compra do terreno que começa na marginal do rio Pinheiros e contorna as avenidas Escola Politécnica e Torres de Oliveira. O novo prédio deverá estar concluído em 2001, terá área construída de 16 mil metros quadrados e ainda sobrará bastante espaço para que a fundação possa ser ampliada quando for necessário. Do total de quase 40 mil metros quadrados, 24 mil já estão disponibilizados para a construção. O complemento da área será liberado em 2003, pois foi cedido em comodato à Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Francisco Romeu Landi, diretor-presidente da Fapesp e ex-diretor da Escola Politécnica da USP, disse que a atual sede, na rua Pio XI, nº 1500, no Alto da Lapa, já vem apresentando problemas de espaço há alguns anos. Aliás, é possível ver em quase todos os andares do prédio armários e mesas pelos corredores, além das visíveis adaptações de áreas. Nos últimos quatro anos a Fapesp teve o número de processos de projetos de pesquisa e bolsas ampliado de 3 mil para 15 mil por ano. O volume de documentos foi tão significativo no período que a instituição contratou uma empresa especializada para cuidar do seu arquivo morto, que contém aproximadamente 20 milhões de folhas. Além do aumento do número de processos e de pessoas houve o crescimento da rede ANSP (Academic Network at São Paulo), a Internet acadêmica. A falta de espaço impossibilita a criação de um centro de documentação e informação e a centralização da biblioteca virtual. A Fapesp expandiu ainda as informações para os pesquisadores que buscam o banco de dados do ISI, o Institute for Scientific Information. Com isso, todo o sistema ficou congestionado e carente de mais espaço. Recursos garantidos Com um orçamento de R$ 190 milhões para este ano, a Fapesp sempre consegue superar as crises financeiras, pois, além dessa receita, possui um fundo que se vem formando desde 1960, quando a fundação foi regulamentada. No ano passado, por exemplo, a Fapesp aplicou R$ 250 milhões em projetos de pesquisa e bolsas, soma que resultou da receita do orçamento de 1998 e parte do dinheiro do fundo. Este ano o investimento em projetos de pesquisa e bolsas está estimado entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões, recurso orçamentário que será complementado pelo fundo. De acordo com Francisco Landi, o orçamento anual da Fapesp é calculado em 1% das receitas tributárias do Estado. Além disso, há os rendimentos financeiros do fundo, que são da ordem de R$ 150 milhões por ano, receita que também é aplicada no sistema. "É uma receita importante, com a grande vantagem de ser constante ao longo dos anos. É possível planejar e o pesquisador sabe que o recurso de que ele precisa estará disponível no dia certo. Mesmo com a situação difícil pela qual passa o Estado, o governador Mário Covas nunca deixou de repassar os recursos da Fapesp. E, se por qualquer razão houver um atraso do repasse, o fundo possui recursos para compensá-lo financeiramente. Em uma situação como esta, por exemplo, o que pode acontecer é deixar de iniciar novas pesquisas, mas não haverá interrupção dos trabalhos em andamento. Isto é uma tranqüilidade para os pesquisadores." O começo em 1947 O embrião da Fapesp surgiu com a Constituição do Estado de São Paulo em 1947, mas a fundação só foi criada em 1960, quando a lei foi regulamentada. Liderados pelos cientistas Adriano Marchini e João Luiz Meiller, ambos professores da Escola Politécnica da USP, os pesquisadores conseguiram incluir na Constituição de 1947 o artigo 123, que propõe a criação de uma fundação para a pesquisa e que o Estado destine à instituição 0,5% das receitas tributárias. Em 1960 o então governador Carvalho Pinto regulamentou a lei de criação da Fapesp, que começou a funcionar nas dependências da Faculdade de Medicina da USP. Posteriormente, a fundação se mudou para uma sede própria na avenida Paulista e depois para a atual, na rua Pio XI. Hoje, a antiga sede da avenida Paulista está alugada e foi integrada ao patrimônio da fundação, destino previsto para o prédio da rua Pio XI quando a nova sede for concluída.