Notícia

IDG Now!

Fapesp e Terremark ampliam serviços na Internet brasileira (1 notícias)

Publicado em 03 de abril de 2002

Por Daniela Braun
Dentro de 60 dias, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp, começa a transferir a tarefa de operar, manter e comercializar o Ponto de Troca de Tráfego (PTT) - ponto neutro de interconexão na Internet para troca direta de tráfego entre provedores de acesso e operadoras de telecomunicações - para a iniciativa privada. A mudança, que se concretizará dentro de 12 meses, resulta de um termo de cooperação técnico-científica oficializado hoje (03/04) com a subsidiária brasileira da Terremark Latin America - empresa americana facilitadora de conectividade e prestadora de serviços gerenciados e de infra-estrutura para a Internet - que transforma o PTT em um NAP (Network Access Point) do Brasil. Os executivos da Terremark estimam um investimento de US$ 45 milhões na migração, upgrade de infra-estrutura e serviços para o NAP brasileiro - que deixa a Fapesp para ganhar uma nova sede, em São Paulo. Entre os benefícios prometidos pela expansão do PTT está a garantia de acesso da comunidade científica paulista às redes norte-americanas de alta velocidade, incluindo a Internet 2, por meio do NAP das Américas, operado pela Terremark, em Miami. O acordo abre caminhos para programas como o TIDIA (Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada), o BIOTA-Fapesp, para estudo de biodiversidade, e o projeto Genoma. Com as melhorias no NAP, no entanto, os atuais 32 clientes do PTT - entre eles empresas como AT&T, Brasil Telecom, .comDominio, Comsat, Intelig, CTBC, Telemar, iG, UOL, Terra, Unisys e Vésper, que recebiam estes serviços gratuitamente pela Fapesp - passam a pagar pelos serviços prestados sob a administração da Terremark, em dois anos. Segundo José Fernando Perez, diretor científico da Fapesp, antes do prazo de dois anos os atuais serviços prestados aos usuários do PTT continuam gratuitos. Para os novos usuários ou os clientes atuais que quiserem ampliar seus serviços, os mesmos serão cobrados. "O fato de operarem o NAP das Américas - ponto de acesso a redes localizado em Miami que atende a 55 clientes para os Estados Unidos, Américas, Caribe, Ásia, Europa e África e demandou US$ 76 milhões em sua criação - e de operarem com neutralidade em relação a outros NAPs nos quais há participação de grupos de telecomunicações foi decisivo para nossa escolha", disse Hartmut Richard Glaser, coordenador da rede ANSP. Com a transferência do PTT para a Terremark, a Fapesp deixa de desembolsar US$ 120 mil mensais, gastos com a manutenção do PTT, informou Jairo Klepacz, presidente e principal executivo da Terremark no Brasil. Para compensar os investimentos já realizados, a Fapesp terá uma participação de 6% das receitas geradas pelos serviços oferecidos pelo NAP do Brasil durante cinco anos. Nos cinco anos seguintes, esta participação cai para 5% e, nos dez anos seguintes, para 1%. Klepacz afirmou que os custos mensais dos serviços oferecidos pela Terremark para o NAP do Brasil ainda não foram definidos. Segundo Brian Goodkind, vice-presidente e diretor de operações da Terremark Latin America, o custo dos serviços do NAP das Américas é de US$ 13 mil por mês, em média.