A Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) firmaram um termo de cooperação que prevê investimento de até R$ 50 milhões, sendo metade de cada uma, ao longo de cinco anos, voltados para o financiamento de projetos sobre recursos hídricos, propostos por pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa paulistas e da empresa de saneamento.
A pesquisa sobre o assunto é fundamental e deve ser multidisciplinar, envolvendo todos os elementos possíveis que constituem a paisagem natural e os sistemas hídricos. Os estudos precisam ainda ser sistemáticos no sentido do constante monitoramento dos resultados, avalia Adolpho José Melfi, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba.
Causa e efeito
Para o professor, no entanto, a questão da escassez da água, não se trata de um problema causado apenas pela gestão ou pela carência do recurso natural, mas sim pelos dois fatores intimamente interligados. É inegável que hoje temos um problema causado pela escassez, devido principalmente à distribuição desigual de água no planeta e agravado pela má gestão, que sempre foi pontual e setorial, deixando de ser integrada para resolver a questão das bacias hidrográficas brasileiras de modo mais sistêmico, disse Melfi à Agência Fapesp.
Melfi ressaltou que a soma de todas as atividades humanas, sejam agrícolas, industriais, de serviços, lazer e outras, resulta em um consumo aproximado de 20 milhões de litros por ano por habitante do planeta.
Esse consumo elevado faz com que pelo memos 26 países se encontrem atualmente no que o pesquisador define como situação de penúria, sendo que mais 50 devem atingir esse patamar até a metade deste século.