Foram aprovadas 12 propostas, no valor total de R$ 88 milhões, submetidas por consórcios de pesquisa
A FAPESP anunciou na semana passada, os resultados da chamada Ciência para o Desenvolvimento , lançada em 2019, antes mesmo da pandemia da COVID-19, que tem como objetivo apoiar pesquisas orientadas para a solução de problemas nas áreas de saúde, segurança pública, alimentação e agricultura, desenvolvimento econômico, entre outras.
Foram aprovadas 12 propostas, no valor total de R$ 88 milhões, submetidas por consórcios de pesquisa formados por pesquisadores em universidades, secretarias de Estado, instituições públicas e privadas no país e no exterior e empresas. O evento de lançamento foi gravado em vídeo.
Núcleos de Pesquisa Orientados a Problemas de São Paulo
“O edital para a seleção de projetos de pesquisas orientadas à solução de problemas é uma nova forma de articular o meio acadêmico e a sociedade”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, no evento de apresentação dos resultados do edital.
O edital previa que as propostas deveriam ser submetidas por consórcios, denominados Núcleos de Pesquisa Orientados a Problemas de São Paulo (NPOPs), que articulassem parceiros no desenvolvimento de pesquisa para a solução de problemas.
Um dos projetos aprovados, o “NPOP – Desenvolvimento da cadeia de produção de componentes metálicos para manufatura aditiva”, por exemplo, voltado a investigações relacionadas a novas ligas de alumínio e aço, tem sede no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e envolve dez parceiros, entre eles a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Fraunhofer (IPK), na Alemanha, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a Gerdau, a Iochpe-Maxion e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. As pesquisas atendem a demandas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, sublinhou que o edital teve como foco a pesquisa orientada à missão. “Nos últimos anos, depois que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU entraram na pauta das agências de fomento, há uma ênfase crescente em orientar as ações das agências para pesquisas orientadas à missão.”
O “NPOP – Núcleo de Terapia Celular”, com sede na Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, também aprovado no edital, por exemplo, articula pesquisadores na Fundação Butantan, no Instituto Butantan e na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) num projeto que visa ampliar a disponibilização de terapia celular e imunoterapias inovadoras para pacientes com neoplasias, entre outros objetivos.
“A pesquisa orientada à missão é um caminho para o desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável”, disse Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.
O “NPOP – BIOTA Síntese”, com sede no Instituto de Estudos Avançados da USP, mobilizará 27 instituições parceiras na análise e síntese de soluções baseadas na natureza, para dar respostas a desafios da agricultura sustentável, segurança hídrica e controle de zoonoses.
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, afirmou que o edital responderá a “grandes desafios” de São Paulo, mapeados pelas secretarias de Estado. Ela citou os exemplos dos NPOPs que terão como missão melhorar a qualidade do pescado e aumentar a produtividade dos citros, café e cana-de-açúcar produzidos no Estado.
Três NPOPs têm como objetivo atender a demandas de segurança pública. Um deles, com sede no Instituto de Matemática e Estatística da USP, em parceria com as empresas Avantia Tecnologia e Engenharia e Equinix do Brasil, desenvolverá pesquisas e tecnologia e capacitará recursos humanos para o monitoramento em tempo real de vídeo ao vivo, com o objetivo de detectar e rastrear pessoas e veículos, oferecendo subsídios para a segurança pública, transporte inteligente e vigilância epidemiológica.
O vice-governador Rodrigo Garcia, que também participou do evento, afirmou que, num ano tão difícil como 2020, as pesquisas para o avanço do conhecimento e para a solução de problemas, apoiadas pela FAPESP, foram um “diferencial” do Estado de São Paulo. “Em 2021, a FAPESP continuará com o seu papel no desenvolvimento de São Paulo.”
Projetos selecionados no edital: