Skip to content Listen to the article Former Funcamp employee, linked to the Biology Institute, moved most of the amount in her own accounts.
She was placed in preventive detention in September 2024, but was out of the country. Unicamp Biology Institute
Reproduction/EPTV
The São Paulo Research Foundation (FAPESP) concluded that at least R$5.3 million in public funds were diverted from scientific projects at the Biology Institute (IB) at Unicamp between 2013 and 2024.
The updated amount is included in the final report of an internal audit, which also led FAPESP to file 34 collection actions against researchers responsible for the affected accounts. Read the foundation's statement in full below.
According to the foundation, of the total diverted, R$5,077,075.88 was moved directly by Ligiane Marinho de Ávila, former employee of the Support Office of the Unicamp Development Foundation (Funcamp), linked to the IB.
Researchers convicted
Ligiane is suspected of having made 220 bank transfers, with around 160 sent directly to her personal account. Some of the embezzlement also involved the former employee's companies and three other legal entities.
FAPESP points out that the former employee acted intentionally by using false invoices to divert funds. The researchers, on the other hand, allegedly contributed through negligence, since they allowed her to access the project accounts, which goes against the foundation's rules.
Entre os casos já julgados, segundo a FAPESP, três pesquisadores foram condenados a devolver valores que variam entre R$ 31 mil e R$ 243 mil. Dois outros docentes escolheram fazer o ressarcimento pela via administrativa, somando R$ 38,2 mil.
A fundação destacou ainda que as ações judiciais tramitam na 1ª, 2ª e 3ª Varas da Fazenda Pública de Campinas e também na capital paulista, sendo a maioria delas ainda analisada na fase de instrução processual.
Entenda suspeita de desvio milionário de verbas de pesquisa da FAPESP na Unicamp
Ex-funcionária saiu do país
O caso veio à tona em janeiro de 2024, após a Unicamp detectar transferências suspeitas das contas bancárias de pesquisas. À época, Ligiane foi demitida da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), onde era lotada. O g1 apurou que a ex-funcionária saiu do país em fevereiro e não tinha data para voltar ao Brasil.
No inquérito policial, o advogado da ex-funcionária pediu para que o depoimento dela fosse feito por videoconferência. “Está em viagem para o exterior, sem previsão até o presente momento da data de retorno”, disse o defensor à polícia.
O caso foi investigado pelo 7º Distrito Policial de Campinas. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que a ex-servidora foi indiciada indiretamente pelo crime de peculato. O inquérito policial foi concluído e encaminhado à Justiça no dia 22 de agosto de 2024.
Em setembro do ano passado, logo após a conclusão do inquérito, o Ministério Público Estadual (MP-SP) pediu à Justiça a prisão preventiva e a quebra de sigilo bancário da ex-funcionária da Funcamp.
A Promotoria de Justiça afirmou no pedido que a prisão de Ligiane era necessária uma vez que ela, ao sair do país, tentou se esconder para não responder pelos fatos pelos quais foi indiciada.
O g1 solicitou posicionamentos atualizados ao Ministério Público, à Unicamp, à Funcamp e à defesa de Ligiane Marinho de Ávila, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Assim que os citados se manifestarem, o texto será atualizado.
Ligiane Marinho de Ávila, investigada pela Polícia Civil por suspeita de desviar verbas de pesquisa da Unicamp
Reprodução/EPTV
O que diz a FAPESP
“A FAPESP constatou irregularidades na prestação de contas de projetos de pesquisa fomentados pela FUNCAMP/Unicamp e desenvolvidos no Instituto de Biologia da UNICAMP.
Analisando a prestação de contas de um projeto específico, constatou-se que as mesmas incongruências se repetiam em outros projetos de pesquisa ali sediados.
Essas incongruências eram indicativas de desvios de recursos públicos concedidos pela FAPESP, praticados dolosamente por uma empregada do Escritório de Apoio vinculado à FUNCAMP/UNICAMP, e ocorriam por meio da emissão e pagamento de notas fiscais fraudulentas emitidas por microempresa de sua titularidade, além de transferências bancárias para sua conta pessoal.
No entender da FAPESP, os pesquisadores responsáveis pelas pesquisas contribuíram culposamente para esses desvios, já que franquearam, indevidamente, o acesso de terceiros às contas bancárias vinculadas aos projetos.
A FAPESP ajuizou ações de cobrança contra todos os pesquisadores responsáveis por projetos em que se verificaram desvios, em um total de 34 ações.
Essas ações estão tramitando junto à 1ª, 2a e 3a Vara da Fazenda Pública da Comarca de Campinas e também em São Paulo – Capital, com a maioria delas ainda em fase de instrução processual.
Nos três casos judiciais em que houve decisão favorável, os pesquisadores foram condenados a devolver, respectivamente, R$ 43.924,74, R$31.255,97 e R$ 242.782,19, acrescidos de correção monetária e juros moratórios.
Há, também, casos de dois pesquisadores que optaram por realizar o ressarcimento pela via administrativa, que somados totalizam R$38.229,20. Tais valores já foram devolvidos.
O relatório final da apuração sobre o caso concluiu que o potencial desvio total de recursos foi de R$5.384.215,88, ocorridos entre 2013 e 2024. Desse valor, R$ 5.077.075,88 foram desviados através de contas bancárias de Ligiane Marinho, ex-empregada da FUNCAMP, e o restante por meio de contas vinculadas a três pessoas jurídicas.
Cumpre registrar ainda que, no âmbito de suas atribuições próprias, o Ministério Público de São Paulo está investigando o caso por meio de Inquérito Civil e também por meio de procedimento criminal”.
*Estagiária sob supervisão.
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