03 de abril de 2023
Agência FAPESP * – Diretores da FAPESP, da Agência Nacional de Pesquisa em Aids e Hepatites Virais (ANRS) e do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisas Médicas (Inserm) – os dois últimos da França – assinaram nesta quarta-feira (29/03), em Paris, um memorando de entendimento para fomentar a colaboração científica entre pesquisadores paulistas e franceses.
Com duração de três anos, o convênio foi formalizado na sede do Inserm, em cerimônia que contou com a participação de Didier Samuel, diretor Executivo do instituto, Yazdan Yazdanpanah, diretor da ANRS, Marco Antonio Zago presidente da FAPESP, Vahan Agopyan Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, e Carlos Carlotti Júnior reitor da Universidade de São Paulo (USP).
A iniciativa visa fortalecer a cooperação em pesquisa em saúde, com ênfase em temas como HIV/Aids, hepatites virais, doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose, doenças emergentes e reemergentes, imunologia, neurociência, genética, doenças crônicas e câncer.
“As comunidades científicas do Estado de São Paulo e da França têm uma longa história de colaboração, que remonta ao início do século 20 e à fundação da USP. Esperamos que esse convênio fortaleça ainda mais a parceria e avance em projetos cujos resultados possam impactar diretamente no bem-estar da população”, disse Zago.
Instituto Pasteur de São Paulo
Em cerimônia realizada nesta sexta-feira (31/03), também em Paris, o presidente do Institut Pasteur, Stewart Cole, e o reitor da USP assinaram o contrato social do Institut Pasteur de São Paulo, entidade privada sem fins lucrativos, de acordo com a legislação brasileira. A missão do instituto, membro associado da Rede Pasteur, é realizar pesquisas no campo da biologia que contribuam para o desenvolvimento da saúde humana e promover atividades de extensão, educação, inovação, transferência de conhecimento e ações de saúde pública.
O Instituto Pasteur de São Paulo ficará sediado no campus Cidade Universitária, em uma área de 2.000 metros quadrados com 17 laboratórios, uma unidade de bioinformática e diversos laboratórios multiusuários. Quando estiver totalmente operacional, abrigará mais de 80 cientistas do Brasil e de outros países que realizarão pesquisas de classe mundial sobre doenças transmissíveis, não transmissíveis, emergentes, reemergentes, negligenciadas e degenerativas, incluindo doenças neurodegenerativas progressivas.
“A assinatura dos atos constitutivos do Institut Pasteur de São Paulo marca um importante passo que fortalecerá a cooperação entre o Institut Pasteur e as instituições brasileiras. Gostaria de destacar em especial a importância e relevância do trabalho desenvolvido pelas equipes da Plataforma Científica Pasteur-USP [SPPU, na sigla em inglês], especialmente durante a pandemia do COVID-19, e a inclusão total da plataforma no ecossistema de pesquisa do Estado de São Paulo. O Institut Pasteur de São Paulo busca oferecer excelência científica em benefício das populações locais”, declarou Cole.
“Uma das principais prioridades da nossa equipe gestora na reitoria é estreitar os vínculos entre a Universidade de São Paulo e a sociedade. A criação do Institut Pasteur em São Paulo, em parceria com o Institut Pasteur, representa um grande passo nessa direção e complementa outras iniciativas em andamento, incluindo diversas parcerias com outras universidades e centros de pesquisa franceses. É um marco importante na contínua internacionalização da nossa universidade”, acrescentou o professor Carlotti.
O contrato social foi assinado em cerimônia no Institut Pasteur, em Paris, com a presença de autoridades francesas e brasileiras, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, o presidente da FAPESP, o diretor para as Américas e Caribe no Ministério das Relações Internacionais da França, Michèle Ramis, e o Cônsul Geral da França em São Paulo, Yves Teyssier d’Orfeuil.
Em seu discurso, Zago destacou a importância do convênio, que se concretiza após oito anos de negociações iniciadas quando era reitor da USP, e destacou o papel do professor Erney P. de Camargo recentemente falecido, como grande apoiante desta associação.
“Convido o diretor do Instituto Pasteur e o reitor da USP a fazerem um marco permanente na memória do professor Erney no Pasteur de São Paulo”, afirmou Zago.
Os participantes do evento destacaram que a criação do Institut Pasteur de São Paulo ajudará a fortalecer a cooperação entre a França e o Brasil, abrindo caminho para que os países trabalhem juntos em ações prioritárias de saúde pública.
“Esta cerimônia é um momento histórico para a entidade científica que inauguramos. Fortalece a colaboração entre o Estado de São Paulo, a Universidade de São Paulo e o Institut Pasteur. A nova condição de nossa estrutura como “Institut Pasteur de São Paulo” e membro associado da Rede Pasteur não teria sido possível sem o compromisso inabalável de nossas instituições e o apoio das autoridades francesas e brasileiras, o que é um grande exemplo de colaboração científica internacional”, disse Paola Minoprio, coordenadora do SPPU.
O Institut Pasteur de São Paulo surgiu de um convênio entre o Institut Pasteur e a USP, assinado em 2017 e renovado em 2022. Pelo convênio, os dois sócios se comprometeram a desenvolver uma plataforma científica, estágio intermediário antes da Constituição formal de um instituto. O Instituto Pasteur de São Paulo assumirá os direitos e obrigações da Plataforma Científica Pasteur-USP, mantendo-se como membro associado da Rede Pasteur. A Pasteur Network é uma vasta comunidade científica com mais de 30 membros em cerca de 20 países, trabalhando juntos para ajudar a melhorar a saúde global ().