Iniciativa é fruto de uma parceria com o MCTI e o CGI.br e prevê contrapartida da iniciativa privada, também de R$ 100 milhões.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) anunciou nesta terça-feira (8) um aporte de R$ 100 milhões pelos próximos dez anos em dez centros de pesquisa de inteligência artificial ( IA ) espalhados pelo Brasil.
No começo do mês, representantes desses centros participaram de um workshop na FAPESP voltado à coordenação dos trabalhos, que reúnem 95 pesquisadores principais e 739 associados, vinculados a universidades e instituições de pesquisa, além de parceiros privados e órgãos de governo.
Os centros de pesquisa foram constituídos pela Papesp em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ( MCTI ) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil ( CGI.br ). Segundo informações da Agência FAPESP, os centros têm a missão de impulsionar as aplicações da nova tecnologia no país, em diversos setores.
“Essa é a maior iniciativa relacionada à inteligência artificial em execução no país. Por meio de dois grandes editais, foram selecionados esses dez centros avançados em tecnologias digitais e inteligência artificial cujo valor total investido é da ordem de R$ 100 milhões, com contrapartida equivalente de empresas”, disse o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, na abertura do encontro.
Segundo ele, a FAPESP, o MCTI e o CGI.br disponibilizarão anualmente R$ 1 milhão para cada um dos novos centros por um período de até dez anos. Valor idêntico ao que será aportado pelas empresas parceiras, portanto R$ 20 milhões por unidade de pesquisa, R$ 200 milhões no total.
Localizados em diferentes regiões do Brasil, os centros desenvolvem pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, orientadas à resolução de problemas que possam ser resolvidos por meio de inteligência artificial em áreas como saúde, agricultura, indústria e cidades inteligentes.
“Esses Centros de Pesquisa em Inteligência Artificial são, de certa forma, o embrião de políticas que estão sendo desenvolvidas em nível nacional, como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial [ PBIA ]”, avaliou a coordenadora do CGI.br., Renata Vicentini Mielli.
A parceria da FAPESP com o MCTI e o CGI.br tem origem num acordo assinado em 2013, que possibilitou a utilização de recursos remanescentes do período em que a Fundação gerenciou atividades de registro de domínio e alocação de endereços IP para projetos de pesquisa que contribuíssem para o desenvolvimento de tecnologias digitais no Brasil.
Walter Barros