A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) está preparando um programa de pesquisas em bioenergia. Durante workshop, realizado no dia 10 de março, o diretor científico, da fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, apresentou as principais linhas de atuação do Programa de Pesquisas em Bioenergia (Bioen), que terá como módulos iniciais "Pesquisa sobre a Produção de Biomassa" e "Pesquisa em Cooperação entre Empresas e Universidades".
O novo programa é baseado no "Projeto Genoma da Cana-de-Açúcar", iniciado pela Fapesp em 2000, e trabalhará com temas relacionados à transformação genética, constituição genômica estrutural e fisiologia da cana-de-açúcar e de outros vegetais. Além disso, o Bioen também será focado no estudo da bioinformática, nos impactos das mudanças climáticas e nas questões de transferência de tecnologia e propriedade intelectual, entre outros assuntos.
De acordo com nota da Fapesp, as pesquisas sobre biomassa são articuladas aos convênios da Fapesp com empresas do setor, como a Oxiteno na área de materiais lignocelulósicos, a Braskem em alcoolquímica e a Dedini na área de desenvolvimento de processos.
O Brasil produz 42% do etanol do planeta, de acordo com Brito Cruz, mas, apesar da liderança na produção de biocombustíveis e da bioenergia, o interesse estratégico do Brasil não é manter um monopólio mundial de etanol junto com os Estados Unidos. "A disseminação do uso de biocombustíveis depende de haver muitos outros produtores. Queremos dominar tecnologias que possam ser transferidas para que outros países produzam também, fazendo com que o etanol seja mundialmente difundido", diz.