Fomentar o desenvolvimento humano, social e econômico é um dos principais pilares da Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Norte (Fapern). Com o objetivo de apoiar programas de pesquisa realizados em instituições públicas ou privadas e também que incentivem a modernização da infraestrutura necessária para desenvolvimento científico e tecnológico, ela passa a ganhar maior importância para os próximos anos, que devem guardar grandes avanços em termos de tecnologia.
Quem está à frente da Fapern, como diretor-presidente, é Gilton Sampaio, professor permanente de linguística da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Já foi, inclusive, diretor-geral do campus de Pau dos Ferros. No primeiro mandato da governadora Fátima Bezerra, foi diretor-presidente da Fundação, ficando à frente da presidência de janeiro de 2019 a abril de 2022. Agora ele retorna para dar continuidade aos trabalhos iniciados. “Sensação de retornar a algo muito importante para dar continuidade ao que foi iniciado, teve grandes avanços mas que ainda precisa de muita coisa para ficar do jeito que a gente sonha”, disse.
De acordo com Sampaio, uma das metas mais importantes é a regularização institucional da Fapern junto a órgãos de controle. “A gente vai trabalhar com a continuidade da regularização institucional da Fapern, em um primeiro momento a gente priorizou resolução de problemas junto a órgãos de controles externos do estado e nacionais, sobretudo aos órgãos de fomento como CNPq, em seguida a regularização do estado, na questão de legislação”, explicou.
Entre os planos para os próximos anos estão o Marco Legal para a Ciência no RN, aprovado no ano passado e que, enfim, deve ser posto em prática. “Nesse Marco Legal além de criar sistemas e políticas, a gente garantiu recursos financeiros e normas para o fundo estadual do desenvolvimento científico e tecnológico. Vamos executar essa Lei, os recursos dessa Lei para para desenvolvimento científico e tecnológico do estado, com repercussão direta no desenvolvimento social e econômico”, garantiu.
Tudo isso, para avançar a um nível de crescimento que pode levar o Rio Grande do Norte a outro patamar de modernização, segundo o diretor-geral. “O estado que tem uma grande fundação de ciência, é um estado que sempre está se modernizando mais rápido que os outros. A gente pega no Brasil o caso de São Paulo, era um estado de indústria, só de importação. Com o surgimento da Fapesp na década de 1960, eles se tornaram um dos estados mais poderosos do mundo. Por que permite que o estado evolua na tecnologia, na ciência, na inovação, tanto junto às empresas, à sociedade, como ao governo do estado, e sobretudo sobre instituições de ciência e tecnologia porque se fortalece com bolsas, laboratórios e tecnologia. Permite que o estado se desenvolva não somente reproduzindo em termos de crescimento econômico. O desenvolvimento pela ciência é sempre um desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Segundo Gilton Sampaio, a situação do Rio Grande do Norte coloca o estado entre os melhores da região do Nordeste em termos de inovação. “Nosso ecossistema é forte, mas é claro que o ecossistema não é a Fapern. A Fapern ajuda no amparo, mas aí entram as universidades, Institutos, Núcleos tecnológicos e todos os equipamentos e ambientes que permitem pela ciência, tecnologia e inovação. Então estamos bem no Nordeste, temos recebido parabéns em Brasília pela retomada da Fapern, que de 2019 a 2020, concedeu próximo a 800 bolsas e injetou na economia do estado mais de R$ 50 milhões em projetos de ciência, tecnologia e inovação”, avaliou, dizendo que com a gestão da atual governadora, Fátima Bezerra (PT), muitas ações da Fapern foram fortalecidas pelo governo.
Melhora na infraestrutura ajuda avanço tecnológico
Outra questão que tem sido pauta frequente, é a infraestrutura física e como ela pode colaborar para o desenvolvimento econômico e social no Rio Grande do Norte. Entre os planos do Executivo estadual, está o Porto-Indústria, a ser construído em Caiçara do Norte. Para Sampaio, isto é algo que pode ajudar no desenvolvimento dos resultados da ciência, tecnologia e inovação no estado. “O Porto Indústria, que terá apoio em terra para funcionar no mar, é um porto que permite totalmente o desenvolvimento de tecnologia renovável. Aí está a energia eólica, solar, energias da biomassa”, contou.
Na parte de rodovias, um dos assuntos constantes é a BR-304, principal ligação do interior do estado – principalmente as regiões Oeste e Central – com Natal. Segundo Gilton, já existe um acordo de cooperação em relação a planos estratégicos para melhorias dos sistemas de transporte no País e também no estado.
“A Fapern já está ajudando a Secretaria de Infraestrutura na elaboração de projetos, selecionando e dando bolsas a profissionais graduados das áreas engenharias, especialistas, mestres, doutores, na elaboração de projetos e de pensar o estado porque a Fapern fomenta ações não só para desenvolver a pesquisa básica no laboratório, mas uma pesquisa para formar recursos humanos, iniciação científica, para formar gente boa e depois para ajudar a colocar esse povo que sai das universidades no mundo do trabalho Fapern tem buscado atuar desde 2019 em todos estes focos, nos laboratórios, numa cultura científica, mas também no desenvolvimento econômico e social baseado na ciência”, apontou.
No entanto, para melhorar a atuação da Fundação e ajudar a crescer ainda mais a atuação no fomento à ciência, tecnologia e inovação, o diretor-geral adiantou que haverá uma formação de equipe, com os primeiros colaboradores concursados. “Perspectiva de criar o quadro de provimento efetivo, fazer um concurso para a fundação, que vai fazer 20 anos em 2023 e nunca teve um quadro efetivo de servidores”, finalizou sem dar previsão para realização do certame.
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