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FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

FAPERJ marca presença no 66º Fórum Nacional do Confap em Porto Alegre (23 notícias)

Publicado em 05 de dezembro de 2024

Por Débora Motta

O papel da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) para promover a sustentabilidade e a gestão de catástrofes ambientais esteve em pauta durante as discussões que permearam o 66º Fórum Nacional do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), em Porto Alegre. O evento, que teve início na manhã desta quarta-feira, dia 4 de dezembro, segue até a sexta, dia 6, reunindo na capital gaúcha dirigentes e representantes das 27 fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs) e gestores das agências federais de fomento à pesquisa, para discutir a formulação das principais políticas públicas em C,T&I do Brasil.

“O Fórum do Confap é o maior espaço de discussão no País para a construção conjunta de políticas públicas de fomento à Ciência, Tecnologia e Inovação e a participação da FAPERJ é muito importante para esta articulação. Queremos manter e aprofundar esse diálogo”, disse a presidente da Fundação, Caroline Alves, presente ao encontro. A FAPERJ também está sendo representada pela chefe de Gabinete, Juliana Aguiar; pela diretora de Administração e Finanças, Maria Cláudia Ferreira de Souza; pela secretária da Diretora de Administração e Finanças, Margarida de Fátima Souza Inácio e pela assessora de Relações Internacionais, Beatriz Ramadas. Durante a tarde de terça, houve o encontro dos presidentes das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), dos diretores de Administração (DAF), das Diretorias Científicas e dos assessores de Comunicação das FAPs.

A secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp, apresentou na quarta-feira, no campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), dados sobre o ecossistema de inovação gaúcho. Ela destacou o INOVA RS, programa estadual que orienta e embasa as ações da pasta e visa incluir o estado no mapa global da inovação até 2030. Simone também falou sobre a importância do lançamento, nesta semana, da Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a primeira política pública voltada exclusivamente ao setor no Rio Grande do Sul, anunciada oficialmente pelo governador Eduardo Leite em solenidade no Palácio Piratini. “Será uma política fundamental para manter e atrair talentos científicos no estado, e para ajudar a reconstruir o sistema de fomento estadual após as enchentes, que atingiram mais de 95% dos municípios gaúchos em abril e maio deste ano”, disse.

O presidente do Confap, Odir Dellagostin, lembrou que o fórum ocorre no momento de comemoração dos 60 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS), da qual também é diretor-presidente. “O Confap reúne os esforços de todo o sistema estadual de fomento à pesquisa no País, representado pelas suas 27 FAPs. Ele é responsável por 80% dos Auxílios à Pesquisa no País e foi fundamental para manter o funcionamento das universidades e centros de pesquisa nos estados da Federação durante a recente crise orçamentária das agências federais. Pesquisa se faz em rede e o fomento à pesquisa também deve caminhar no sentido de estreitar as colaborações entre agências federais, estaduais e internacionais”, ressaltou.

Dellagostin compartilhou o desejo de tornar o estado um centro de referência para estudos sobre mudanças climáticas e meio ambiente. “Lançamos em outubro, pela FAPERGS, o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Voltado a Desastres Climáticos, edital emergencial com uma dotação de cerca de R$ 30 milhões, nessa área estratégica”, completou.

Durante a cerimônia de abertura na quinta-feira, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), houve a assinatura de um acordo de cooperação para a Resiliência Climática do Rio Grande do Sul. Trata-se da chamada Teia de Soluções (https://chamada.teiadesolucoes.com.br/), uma ação conjunta que envolve duas FAPs (a FAPERGS e a Fundação Araucária, do Paraná), um banco público (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul - BRDE) e um fundo privado filantrópico, o Regenera RS. Juntos, eles vão destinar R$ 8,5 milhões para apoiar projetos de pesquisa voltados a soluções baseadas na natureza, para a reconstrução dos municípios atingidos pelas enchentes de 2024.

O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera, ressaltou relevância dos encontros do Confap para a aprovação da Lei Complementar 177/2021, que modernizou a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “O Confap é uma entidade que norteia a formulação de políticas públicas. Destaco a necessidade de pensarmos em formas de apoio aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e o Proinfra (Apoio Financeiro para Expansão e Desenvolvimento de Infraestrutura de Pesquisa)”, pontuou.

Ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Educação Superior em Portugal, Manuel Heitor apresentou um panorama das políticas de fomento à pesquisa na Europa. Para ele, a fuga de cérebros de pesquisadores europeus indica a necessidade de investimentos em C,T&I mais consistentes no Velho Continente. “Há uma estagnação de investimentos públicos em pesquisa e faltam investimentos privados, se compararmos com o aumento do repasse de recursos nos Estados Unidos e na China. Também devemos estreitar laços científicos com países do Sul Global, que inclui Brasil e África”, ponderou.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, reafirmou a necessidade de alinhamento entre o Ministério e as agências estaduais de pesquisa. “Esse evento simboliza a força e união do nosso sistema nacional de fomento à pesquisa, que deve considerar as peculiaridades de cada estado nesse país de dimensões continentais. O Brasil acompanhou comovido a força do povo gaúcho diante das enchentes que abalaram esse estado. A reconstrução do Rio Grande do Sul envolve a solidariedade e a mobilização de recursos, e o MCTI esteve mobilizado nesse sentido. Além de fornecer dados meteorológicos, aprovamos uma linha de crédito emergencial de R$ 1,6 bilhão para apoiar a manutenção da capacidade produtiva e de inovação de empresas inovadoras do Rio Grande do Sul afetadas pelas inundações”, disse Luciana.

Participaram do encontro diversos gestores e acadêmicos, como o reitor da PUCRS, Evilázio Teixeira; a reitora da UFRGS, Marcia Barbosa; o diretor de Programas e Bolsas da Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes), Luiz Antonio Pessan; as gestoras do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) Adriana Badaró e Raíssa Fraga; a nova coordenadora de Relações Internacionais do Confap, Zaira Turchi; e o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Marco Antonio Zargo; entre diversos outros representantes da comunidade científica e tecnológica.

O público que compareceu ao Fórum teve a oportunidade de participar na tarde desta quinta-feira de uma visita técnica ao TecnoPUC, o parque científico e tecnológico da PUC-RS. A programação inclui ainda uma visita técnica nesta sexta-feira ao Instituto Caldeira.