Mauricie de Koning, 34 anos, é holandês, vive no Brasil desde 1993 e foi na Universidade de Campinas (Unicamp) que fez a especialização em Física da Matéria Condensada. Quando terminou o doutorado, Mauricie foi para os Estados Unidos, patrocinado pela Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Lá, permaneceu por quatro anos e meio e, durante um ano, trabalhou na área de sua especialização.
Mas, desde que voltou ao Brasil, em maio de 2002, não conseguiu emprego em nenhuma universidade de São Paulo. Atualmente, está na USP, com outra bolsa para realizar pesquisas. "Estou esperando aparecer um concurso interessante. Se nada der certo aqui, volto para os EUA. É difícil, pois investi um bom tempo nos estudos e agora não tenho como passar esses conhecimentos para frente", lamenta.
Outro estrangeiro que veio tentar a vida no País, o chileno Walter Manuel Orellana, 41 anos, reclama da dificuldade para se inserir de vez no mercado de trabalho. Ele é doutor desde 1997 e fez pós-doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais. Agora, está na USP, com outra bolsa de pesquisa. "Já fiz quatro concursos para universidades do Brasil inteiro. Até passei, mas não em primeiro lugar. E era só uma vaga para 50 candidatos". Walter desabafa a frustração de se qualificar tanto e continuar sem emprego: "Não nos formamos para dar aula e sim para fazer pesquisas e só as federais fazem isso".
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Jornal de Brasília