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Falta de movimento corporal é vilão do isolamento (81 notícias)

Publicado em 18 de maio de 2021

A falta de movimento corporal das pessoas que estão em isolamento social está piorando a saúde até de quem era considerado sedentário antes da pandemia .

A conclusão é de um estudo da Universidade de São Paulo (USP), que acompanhou mulheres entre 50 e 70 anos nas primeiras 16 semanas de isolamento social .

“Muitos acham que porque fizeram uma hora de exercícios estão liberados para ficar sentados o resto de suas horas livres em frente à TV”, disse João Ribeiro de Lima, da equipe de pesquisadores, à Fapesp, apoiadora da pesquisa.

“Não é bem assim: é fundamental diminuir o sedentarismo, que é o tempo que se passa sentado ou deitado.”

Prática pontual de exercício não compensa falta de movimento corporal

A pesquisa tinha como objetivo inicial acompanhar os resultados de um protocolo de exercícios caseiros em pessoas entre 50 e 70 anos.

Os pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte da USP perceberam, porém, que a falta de “brincadeiras com os netos, passeios no shoppings e caminhadas até o ponto de ônibus” têm um impacto maior do que a prática pontual de exercícios.

As pessoas estudadas eram todas mulheres com mais de 50 anos. Coletas de sangue mostraram que quase todas tiveram pioras sérias de índices como o aumento de colesterol e triglicérides.

Essas pioras, por sua vez, levam a problemas graves de metabolismo e doenças crônicas, como diabetes.

Não houve mudança de cardápio nas mulheres acompanhadas pelo estudo. O que deixou claro que a perda de saúde se deu principalmente pela falta de movimentação corporal dessas pessoas.

Exercícios dão suporte psicológico a quem está isolado

Segundo o professor Carlos Bueno Junior, que assina o artigo na publicação científica, os exercícios em casa podem ajudar e oferecem também suporte psicológico às pessoas que estão isoladas.

Mas só a falta dos movimentos corporais rotineiros foi responsável por perdas importantes, como mais de 5% de massa magra corporal, muito, para quem, nessa faixa, já tem a musculatura reduzida.