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Faculdade de Ciência Médica da Uerj atua para melhorar formação em oncologia (1 notícias)

Publicado em 08 de outubro de 2012

Criada há 12 anos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Rede de Pesquisa em Oncobiologia reúne mais de 300 pesquisadores de diferentes instituições – como Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) – e desenvolve dezenas de projetos.

A Liga de Oncologia da Faculdade de Ciência Médica da Uerj é um desses projetos. Coordenada pela professora Maria Helena Ornellas, a Liga foi criada em 2008 por alunos do curso de graduação com o objetivo de melhorar a formação profissional daquela universidade na área da Oncologia.

“Na Uerj temos um currículo deficitário no curso de Medicina. Não temos uma disciplina que integre o conhecimento do conjunto de doenças ligadas ao câncer e nem uma noção de como fazer a prevenção e o rastreamento da doença de forma sistematizada”, disse Diego Valente, fundador da Liga.

“O conhecimento da oncologia é fragmentado ao longo de todo o currículo. Assim, a formação médica fica deficitária”, disse Valente durante o 6º Simpósio de Oncobiologia, realizado pelo Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ no fim de setembro, no Rio de Janeiro.

Valente destaca que, de acordo com os ministérios da Educação e da Saúde, o objetivo do curso de Medicina é a formação de um médico generalista.

“Mas para um médico generalista atuar de forma eficaz ele precisa ter um conhecimento pleno, tem que estar capacitado para atuar em todas as dimensões: prevenção, diagnóstico, fazer o rastreamento da doença e acompanhar o paciente ao longo do tratamento”, disse.

Atualmente, a Liga oferece um curso extracurricular teórico-prático, ministrado por profissionais capacitados na área, que compartilham suas experiências com os alunos desde a pesquisa básica sobre o câncer até novos tratamentos.

A Liga de Oncologia desenvolve atividades junto à população sobre prevenção do câncer, ensinando desde os benefícios de não fumar até o uso do protetor solar.

“As neoplasias estão aumentando exponencialmente e se tornaram um grave problema de saúde pública sem que tenhamos a formação de um profissional capacitado para atuar diante desse problema. É importante que todo médico tenha um conhecimento sobre prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce”, disse Valente.

“O controle do câncer também tem a ver com a formação de um profissional capacitado em todas as esferas do conhecimento – do médico ao farmacêutico – para atuar na prevenção e no controle da doença”, disse.

Para Valente, a noção de integralidade em saúde é importante. O estudo do câncer não é biológico ou molecular.

“O indivíduo é mais do que uma inserção de moléculas e de fenômenos biológicos. Ele é uma interação complexa do biológico, psicológico, social, espiritual, ambiental. E se não conseguirmos entender isso de uma forma integral, não vamos conseguir atuar no controle do câncer de forma efetiva”, disse.

Fonte: Agência Fapesp