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Diário de Sorocaba

Faculdade de Biologia inicia pesquisa sobre anfíbios anuros

Publicado em 06 setembro 2003

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP), através da Faculdade de ciências Biológicas de Sorocaba e em conjunto com a Unesp, USP, Unicamp, Unitau e com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, começarão neste segundo semestre uma pesquisa que irá estudar, descrever, nomear e classificar as espécies de anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas) existentes no Estado de São Paulo. A pesquisa é denominada "Diversidade de anfíbios anuros do Estado de São Paulo" e conta com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado, através do Programa Biotasp. A previsão é de que o trabalho seja concluído em quatro anos. A parte da ciência que trata da classificação dos organismos é denominada Taxonomia. "Apesar de ser uma atividade antiga; somente uma pequena parcela dos seres vivos foi catalogada", explica Luciano Castanho, coordenador do curso de Ciências Biológicas do Câmpus da Puc-SP em Sorocaba e um dos responsáveis pela pesquisa sobre os anfíbios anuros. Em relação a essa questão, os dados são pouco precisos. Estima-se que existam entre 5 e 50 milhões de espécies no planeta. Desse total, cerca de um milhão e quatrocentas mil foram, cientificamente descritas. "Isso dá a magnitude do trabalho que ainda tem de ser feito, com o agravante de que muitas espécies têm sido extintas antes mesmo de terem sido conhecidas pela ciência", afirma o pesquisador. A pesquisa interinstitucional estudará os anfíbios anuros, animais pouco conhecidos na atualidade. De acordo com o representante da Faculdade de Ciências Biológicas de Sorocaba ainda, somente no Estado de São Paulo são conhecidas mais de 180 espécies de anuros, sendo que a maior parte ocorre em remanescentes da Mata Atlântica. O estudo será conduzido seguindo a observação de sete pontos principais: 1) Levantamento das diferentes espécies de anfíbios anuros; 2) Coleta de exemplares das diferentes espécies; 3) Resolução de problemas taxonômicos como meio de se avaliar de forma mais precisa a diversidade existente; 4) Gravação das vocalizações para ampliação do arquivo sonoro; 5) Estudo dos ciclos de vida; 6) Determinação do estado de conservação da anurofauna em diferentes ecossistemas, e 7). Identificação de espécies e/ou populações isoladas e ameaçadas de extinção. Apesar das inúmeras lendas e crendices envolvendo esses animais e da aversão que causam em algumas pessoas, eles são extremamente importantes para o equilíbrio do ecossistema. De acordo com Luciano Castanho, os anfíbios anuros "são considerados laboratórios vivos e de sua pele são extraídos inúmeros compostos de interesse farmacológico", como finaliza, justificando a importância social da pesquisa.