Um sítio arqueológico com vestígios de vida humana que datam entre 3.800 e 820 anos fica localizado em plena região do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo . No local, os pesquisadores já encontraram diversas pedras utilizadas para a confecção de ponta de lanças ou flechas, por exemplo.
O terreno fica no bairro Jardim Panorama e foi descoberto em 1964. No entanto, foi apenas um estudo recente, de 2022, que conseguiu estimar a idade dos artefatos ali localizados.
Segundo os pesquisadores, a grande maioria das pedras encontradas no local são de silexito, uma rocha composta por grãos muito finos de quartzo e que pode ser lascada facilmente. Isso ajudaria a explicar porque os antigos habitantes do local deixaram tantos exemplares delas.
Na bacia sedimentar de São Paulo, aconteceu esse caso raro geológico que é existir na região do Morumbi o afloramento de um tipo de pedra com características adequadas para a produção de ferramentas. Essa rocha existe em profundidades muito grandes e, nesse caso, ela chegava até o solo.
Paulo Eduardo Zanettini, da empresa Zanettini Arqueologia
Há dois anos, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( Iphan ) requisitou novas escavações no sítio, como condição para autorizar a construção de imóveis residenciais no terreno onde ele fica, que é particular. Naquela oportunidade, pesquisas realizadas no local apontavam que o terreno já havia sido muito mexido, perdendo seu contexto arqueológico e tornando inviável a datação do sítio.
No entanto, o novo estudo descobriu aspectos inéditos do sítio arqueológico que foram documentados em um relatório entregue ao Iphan. As informações são do G1
Ocupação humana da “antiga São Paulo”
No local, foram coletadas nove amostras de carvão (restos de fogueiras, por exemplo) e outras nove de solo.
Por meio delas, foi possível determinar que houve atividade humana no sítio há pelo menos 3.800 anos.
Ao todo, foram encontradas mais de 2,3 mil peças, sendo a maioria delas lascas com menos de 2 centímetros.
Também foram analisados 57 sacos de coleta amostral de solo, material que poderá ser utilizado em futuras pesquisas sobre o sítio.
Após as descobertas, o Iphan liberou em definitivo a construção do conjunto habitacional no terreno, considerando que sua área ainda preservada já foi completamente escavada ao longo das últimas décadas.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é colaborador(a) no Olhar Digital