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Revista Amazônia

Exposição une peixes e matemática no Instituto Butantan

Publicado em 24 outubro 2017

Por Maria Fernanda Ziegler, da Agência FAPESP

A matemática está em tudo. Seja na música com a combinação dos sons em acordes, oitavas e chaves, ou na gastronomia com a proporção exata entre farinha de trigo e água para se fazer um pãozinho. “A matemática está em tudo” é o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que teve início nesta segunda-feira (23) e conta com atividades em mais de 2 mil instituições pelo país.

A forma de fazer ciência também envolve muita matemática e é justamente isso que o Centro de Toxinas, Resposta-Imune e Sinalização Celular, o CeTICS – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP – , vai mostrar com a exposição “A Matemática do Zebrafish”, que começa nesta terça (24) e vai até 5 de novembro no Paiol do Instituto Butantan.

“Escolhemos trabalhar a matemática do zebrafish porque tudo o que fazemos no laboratório, principalmente na criação no biotério, envolve cálculos matemáticos”, disse Mônica Lopes Ferreira, diretora do Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada (LETA) e coordenadora de Ciência da Educação e Difusão do Conhecimento do CeTICS.

Também chamado de paulistinha, o peixe da espécie Danio rerio é um modelo animal de experimentação em laboratório. Com desenvolvimento rápido e semelhança genética com os humanos, ele é usado em estudos sobre o funcionamento do organismo ou de doenças. No LETA há um biotério com mais de 3 mil paulistinhas.

“Descobri que o zebrafish, modelo animal de experimentação, é um ótimo canal para atrair a atenção das crianças para a ciência. Ele tem um caráter lúdico, pois as crianças adoram peixinhos. Sem contar que ele é muito conhecido. Sempre tem um amigo ou parente com um aquário com zebrafish”, disse Ferreira.

Na exposição, crianças e adultos vão poder brincar em jogos matemáticos com peixes feitos de plástico com ímãs e bolinhas que imitam embriões. A ideia é mimetizar o cotidiano vivido por pesquisadores no biotério de zebrafish a partir de questões triviais do laboratório como o acasalamento de zebrafish que resulta em pelo menos 200 novos peixinhos.

Além da exposição, o CeTICS também desenvolveu um aplicativo, para o visitante baixar no celular, com perguntas matemáticas sobre o manejo do zebrafish.

“São 40 perguntas com diferentes graus de dificuldade que envolvem matemática. A ideia é que pais e filhos que visitaram a exposição possam ficar com algo permanente, como o jogo no celular. Ao responder o participante do jogo também estará aprendendo questões do dia a dia relacionadas ao manejo do zebrafish em nossos laboratórios”, disse.

Agência FAPESP