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Exposição de ilustrações revela diversidade vegetal brasileira (1 notícias)

Publicado em 10 de junho de 2009

SÃO PAULO - Uma exposição sobre a Flora Brasiliensis, considerado o mais completo levantamento da diversidade vegetal brasileira, acaba de ser inaugurada no Espaço Vida do Parque Villa-Lobos, na capital paulista, por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho após recomendação da Conferência de Estocolmo, em 1972, na Suécia.

A mostra é formada por 14 pranchas em formato de pôsteres com reproduções de ilustrações da obra enciclopédica organizada pelo naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) e informações sobre a sua viagem pelo Brasil.

Os painéis, cedidos pela FAPESP, fazem parte da exposição Flora Brasiliensis On-line, produzida pela Fundação quando da disponibilização da obra de Martius na internet.

Aberta para visitação gratuita aos visitantes do parque, a exposição é uma parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Instituto Unibanco e Instituto Samuel Murgel Branco (ISMB), responsável pela gestão do Espaço Vida do Parque Villa-Lobos.

Na Flora Brasiliensis original estão descritas 22.767 espécies, que representam o conjunto das plantas conhecidas até meados do século 19. Na obra também estão 3.811 ilustrações de plantas, flores, frutos e sementes.

Ainda que a estimativa da diversidade de plantas brasileiras seja de 50 mil espécies, a Flora Brasiliensis é considerada o mais abrangente levantamento da flora do país, sendo utilizada na identificação de plantas e como referência para estudos em botânica do Brasil e de outros países da América do Sul.

- O empenho dos programas e projetos apoiados pela FAPESP em buscar dados sobre a diversidade brasileira de flora e fauna, depositados em museus e centros de pesquisas renomados no exterior, confere valor indiscutível à história sobre o patrimônio genético nacional, além de fornecer mais subsídios para as pesquisas em botânica no Brasil e educar a população sobre a nossa imensa biodiversidade. Esse é o caso do belíssimo trabalho realizado com a Flora Brasiliensis - disse Rosana Filomena Vazoller, presidente do ISMB, à Agência FAPESP.

A obra, que levou mais de meio século para ser concluída, foi produzida por Martius em colaboração com os cientistas alemães August Wilhelm Eichler (1838-1887), Ignatz Urban (1849-1931) e outros 65 especialistas de vários países.

Segundo Rosana, um dos objetivos da exposição é estimular a população a conhecer Martius, seu trabalho e o que sua obra máxima representa para a ciência, a história e a cultura brasileiras.

- Permitir que os cidadãos possam conhecer a obra de Martius em um parque é facilitar mecanismos de popularização da ciência e comunicar o saber sobre a história da biodiversidade brasileira - afirmou Rosana, que integra o conselho científico do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria) e foi professora da Universidade de São Paulo (USP) por duas décadas, na Escola de Engenharia de São Carlos e no Instituto de Ciências Biomédicas.

No Brasil, Martius percorreu cerca de 10 mil quilômetros ao longo de três anos, registrou observações e recolheu mais de 20 mil espécies de plantas em quatro dos cinco principais ambientes naturais brasileiros – Cerrado, Caatinga e as florestas Atlântica e Amazônica.

A versão on-line da obra possui mais de 3,8 mil pranchas digitalizadas e mais de 10 mil páginas com os textos das descrições das quase 23 mil espécies. Os desenhos podem ser consultados pelo nome científico de cada espécie, pelo volume ou pela página da obra impressa.

As informações são da Agência Fapesp