Apesar da atração que inventos costumam provocar em feiras científicas, o ponto mais movimentado da IV Expociência, evento paralelo à 48a. Reunião da Sociedade Brasileira da Ciência (SBPC), que está acontecendo nesta semana em São Paulo, é a sala do Tech Negócios, criado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com o objetivo de promover a aproximação de empresários e instituições de pesquisa. Entre ontem e hoje havia 700 reuniões agendadas com 315 participantes, dos quais 300 pertencem à iniciativa privada. A expectativa é que ali sejam iniciados negócios envolvendo entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões.
"A maior concentração de interesse envolve as áreas de informática, eletroeletrônica, bens de capital e metalmecânica", informa Míriam Machado Zitz, gerente de tecnologia do Sebrae Nacional. No lançamento da iniciativa, em junho passado, no Rio de Janeiro, ela calcula que tenham sido alavancados negócios da ordem de R$ 23 milhões em 1.420 reuniões promovidas entre 715 interessados.
Com o tema "Tecnologia, emprego e renda: progresso da sociedade brasileira", a IV Expociência, aberta ao público ontem, estende-se até o próximo sábado, 13, no Centro de Eventos São Luís, em São Paulo. Promovida pela SBPC em parceria com o Sebrae, a Expociência compreende mesas redondas, exposição de serviços de pronto atendimento tecnológico e uma mostra científica e tecnológica, além do Tech Negócios. "A geração de renda através da tecnologia é consenso, mas há divergências sobre a geração de empregos. É isso que pretendemos discutir", diz Cláudio da Rocha Brito, coordenador do evento.
As mesas redondas abordam educação tecnológica e parceria universidade-empresa, tecnologia e soberania nacional, gestão ambiental e políticas públicas, e a Internet, que será enfocada como instrumento de vendas e marketing, no sábado. No estande do Pronto Atendimento Tecnológico, o visitante pode conhecer os serviços Disque-Tecnologia da Universidade de São Paulo, da Universidade de Campinas, do Centro Federativo de Educação Tecnológica (Cefet) do Paraná, e do Núcleo Regional de Informações Tecnológicas do Intitulo de Pesquisas Tecnológicas.
Participam da mostra cerca de 40 expositores de áreas que vão da matemática pura, desenvolvimento de satélites e astronomia à confecção de sapatos e bolsas com pele de peixes, secagem de madeira com energia solar e métodos contra poluição de rios por mercúrio, entre outras.
Um dos pontos de atenção é o protótipo de robô inteligente criado pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dotado de capacidade de visão, audição e tato, o robozinho obedece comandos ditados pela voz humana, é capaz de apanhar e transportar peças ou instrumentos e de deslocar-se, contornando obstáculos. "Pode ser usado, por exemplo, em ambientes sujeitos a radiações ou em águas profundas", diz a pesquisadora Eliana Aude.
A atração mais pitoresca da exposição é uma panela inteligente, capaz de cozinhar sozinha. Criada como trabalho de licenciatura em engenharia mecânica de Jacinto Loureiro, de Moçambique, no Cefet/RJ, a máquina é composta por parte mecânica comandada por software.
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Gazeta Mercantil