Andar em uma esteira ou pedalar em uma bicicleta ergométrica por apenas meia hora por dia é o suficiente para reduzir o risco de hospitalização ou de morte de pacientes com insuficiência cardíaca, aponta estudo feito por pesquisadores norte-americanos.
A pesquisa, intitulada HF-Action, foi coordenada por Christopher O’Connor, diretor do Centro do Coração da Universidade Duke, e por David Whellan, da Universidade Thomas Jefferson, e publicada na edição de 8 de abril do Journal of the American Medical Association.
O estudo envolveu 2.331 pacientes em 82 locais nos Estados Unidos, Canadá e França, e teve um custo de US$ 32 milhões, financiado pelo Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue, um dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Os voluntários foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu cuidados-padrão e o segundo, além dos cuidados, foi submetido a um programa de exercícios físicos. O programa começou sob supervisão e depois passou a ser feito pelos próprios pacientes em suas casas.
Dos participantes, 95% tomavam medicamentos como betabloqueadores e inibidores da enzima conversora de angiotensina e 45% usavam dispositivos mecânicos para ampliar a capacidade de bombeamento do coração ou para tratar arritmias. Os pacientes tinham idade média de 59 anos e dois terços eram homens.
Segundo Whellan, estudos anteriores apontaram resultados antagônicos por conta do tamanho limitado da amostragem e dos dados utilizados. “Era preciso um trabalho de maior dimensão para determinar que exercícios não apenas são seguros mas também são efetivos na redução de risco de hospitalização e de morte para pacientes com insuficiência cardíaca”, disse.
A hipótese era que um programa do tipo poderia reduzir significativamente a incidência de mortes e de hospitalização. Mas uma análise inicial baseada em protocolos clínicos-padrão verificou que os exercícios resultaram em uma redução modesta. O cenário se reverteu com uma segunda análise, que levou em conta os principais fatores clínicos ligados à hospitalização e morte.
Agência FAPESP