Um estudo realizado na Escola de Educação Física e Esporte da USP (Universidade de São Paulo) revelou que a prática de exercício aeróbico no período noturno proporcionou mais benefícios na regulação da pressão arterial em idosos hipertensos do que os treinos matinais.
O estudo, conduzido por Leandro Campos de Brito e publicado no The Journal of Physiology, destacou a importância da sensibilidade barorreflexa no controle da pressão arterial e como o treino noturno foi mais eficaz nesse aspecto.
Com um grupo de 23 pacientes hipertensos, divididos em treinamento matutino e noturno, os resultados mostraram que após dez semanas de treinos de bicicleta ergométrica, os participantes que se exercitaram à noite apresentaram melhorias significativas na pressão arterial sistólica e diastólica, na sensibilidade barorreflexa e na atividade nervosa simpática muscular.
Em entrevista à Agência FAPESP, Brito ressaltou a importância do controle barorreflexo na regulação cardiovascular e como o treinamento noturno foi mais efetivo nesse sentido. Ele também explicou que a falta de medicamentos disponíveis para modular esse mecanismo torna o exercício aeróbico noturno ainda mais relevante.
O pesquisador, atualmente na Oregon Health & Science University, nos Estados Unidos, continua seus estudos sobre o ritmo circadiano e sua influência na saúde cardiovascular.
Os resultados desse estudo reforçam descobertas anteriores que indicavam os benefícios do exercício aeróbico noturno na redução da pressão arterial em pacientes hipertensos. Essa abordagem pode ser especialmente útil para aqueles que são resistentes ao tratamento medicamentoso.