Nesta quinta-feira, das 15h às 20h, a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental (EMEIF) ‘Dr. José Procópio do Amaral’, (Rua Osvaldo Américo Carneiro, 510, no Jardim Magalhães-DER), apresentará à comunidade sanjoanense a sua primeira feira de ciências. Desde os anos 1970, essas atividades não ocorrem no município e são muito marcantes, atestam alguns leitores.
“Nós já estamos trabalhando há um mês nos mais de 30 experimentos e amanhã, eles serão apresentados ao público”, informa Amilton César dos Santos, idealizador e organizador do evento, em parceria com a diretora da escola, a Professora Norma Montejane. Somente naquele estabelecimento, mais de 550 alunos serão beneficiados com a iniciativa, apoiados por 25 professores.
De acordo com Amilton, diversos temas estão na pauta das 22 turmas envolvidas nesse trabalho, compostas por alunos de 6 a 10 anos, atendidos pela EMEIF. “Teremos quiosques e maquetes de experimentos sobre seres vivos, noções de sustentabilidade, reprodução de plantas, a importância da água e da energia elétrica” diz, sempre de acordo com as disciplinas que os estudantes estão recebendo em sala de aula.
A decisão por desenvolver a feira naquela escola foi tomada quando Amilton realizou ali um dos seus estágios obrigatórios de Pedagogia. “Eu conversei com a professora Norma, que apoiou o projeto; ela também tinha essa vontade de realizar uma feira de ciências ali, mas não tinha encontrado pessoa com as habilidades próprias para isso”, lembra o organizador.
Percebendo a importância da volta das feiras de ciências em escolas públicas, alguns parceiros estão chegando com suas colaborações. São eles: alunos do Curso de Ciências Biológicas do UniFEOB, que levarão experimentos complementares aos dos estudantes da EMEIF, alunos de Engenharia Química do UniFAE também farão sua apresentação e a Trilha Educar (Fazenda Alegre) estará presente com quiosque sobre reflorestamento e outros assuntos ligados a área.
RETRIBUIR
Consciente de sua participação na sociedade, o organizador da feira defende que todos os alunos – iguais a ele, que conseguiram estudar graças ao financiamento de agências de fomento – retribuam, de alguma forma, os benefícios que conseguiram durante sua formação. “Uma das maneiras que eu encontrei para retribuir todo o investimento que foi feito em mim é incentivar as feiras de ciências em escolas públicas do nosso município”.
Durante grande parte de sua vida, Amilton se dedicou ao atletismo, quando representou São João em grandes eventos aqui no País e no exterior. Ainda durante esse tempo de atleta, o corredor forma-se em Ciências Biológicas no UniFEOB. Ali consegue bolsa de estudos de Iniciação Científica junto à Fapesp e começa a desenvolver projetos nessa área.
Na USP-Universidade de São Paulo, em 2012, finaliza seu Mestrado e, em 2016, completa o Doutorado: “Junto com o Doutorado em Ciências, eu concluí uma segunda graduação – em Pedagogia – e, atualmente, sou pós-doutorando pela USP”, onde continua desenvolvendo projetos via Fapesp e orientando alunos.
Pensando em dar continuidade a essa iniciativa, Amilton diz que está desenvolvendo projeto – ‘Proficiência, Descomplicando a Ciência’ – recrutando interessados para atender, no futuro, outras escolas públicas e mesmo as particulares, no conceito de Letramento Científico, defendido por autoridades da Educação e da Ciência no Brasil.
“Nós queremos que os estudantes não apenas participem de feiras de ciências, mas que eles saibam que essa atividade está incluída num contexto de conhecimento científico maior, que poderá ser aplicado da melhor forma possível em suas profissões e no seu dia a dia”, finaliza.