Notícia

Nexo Jornal

Eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e perigosos: realidade no Brasil e no mundo (1 notícias)

Publicado em 18 de maio de 2024

As mudanças climáticas estão, a cada episódio meteorológico, se tornando mais evidentes. A “emergência climática” já é uma realidade iminente. Ela se manifesta de várias maneiras, sendo uma delas o aumento da intensidade e da frequência dos eventos climáticos extremos. Estes eventos extremos estão colocando em risco a vida de muitos, como estamos presenciando nas […]

As mudanças climáticas estão, a cada episódio meteorológico, se tornando mais evidentes. A “emergência climática” já é uma realidade iminente. Ela se manifesta de várias maneiras, sendo uma delas o aumento da intensidade e da frequência dos eventos climáticos extremos. Estes eventos extremos estão colocando em risco a vida de muitos, como estamos presenciando nas enchentes no Rio Grande do Sul.

A cada ano observamos novos episódios alarmantes. Em 2023 foi a vez da forte seca na Amazônia, que deixou populações isoladas sem acesso pelos rios. Em 2022, mais de 100 pessoas morreram em Pernambuco em decorrência de fortes chuvas, o que foi a maior tragédia em Pernambuco nos últimos 50 anos. Tivemos escorregamentos em São Sebastião, Petrópolis e outras regiões, que ceifaram vidas.

Observamos que o aumento da intensidade e da frequência de eventos climáticos extremos são apontados como consequências da mudança do clima. De acordo com o membro do comitê do Programa Mudanças Climáticas FAPESP, Professor Paulo Artaxo, em entrevista ao Portal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o aumento da frequência e da intensidade de eventos extremos já estava previsto pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) desde o seu primeiro relatório de avaliação, publicado em 1990. O Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças do Clima, publicado em 2015, já mostrava a possibilidade de chuvas muito intensas no Rio Grande do Sul.

“Não há dúvida que esse aumento de enchentes, chuvas muito torrenciais, são definitivamente associadas com as mudanças climáticas e a aceleração dessas mudanças em todo o nosso planeta”. Associado com os eventos no Rio Grande do Sul, tivemos, em São Paulo, uma forte onda de calor que já durou duas semanas, e que é completamente atípica para o mês de abril e maio. Chuvas torrenciais têm sido registradas em vários locais do planeta”. O clima já mudou, e vai mudar ainda mais com o aumento das emissões de gases de efeito estufa, completa Artaxo.

Todas essas ocorrências, no entanto, não acabam quando as chuvas ou a seca cessam. As consequências perduram por um bom tempo, pois a disponibilidade de água para a população, por exemplo, é afetada; doenças são disseminadas com epidemias; plantações são afetadas e, consequentemente, redução na oferta e aumento no preço dos alimentos. Escolas e hospitais são destruídos, e os mais afetados são sempre a população de baixa renda.

Mas, o que pode ser feito? Ainda há tempo para frear e prevenir essas tragédias que têm se tornado uma constante?

De acordo com o Professor Paulo Artaxo, medidas urgentes devem ser tomadas por governos municipais, estaduais e nacionais, com ações consistentes para zerar as emissões de gases de efeito estufa através do desmatamento na Amazônia e a eliminação da exploração e queima de combustíveis fósseis. “Isso tem que ser acompanhado por leis mais rigorosas de proteção de matas ciliares, de aumento de áreas de drenagens em áreas urbanas e a implementação de medidas de adaptação ao novo clima”, esclarece Artaxo.

No Plano Estratégico do Programa Mudanças Climáticas você encontra ações e pesquisas em áreas prioritárias, como energia, saúde, urbanismo, biodiversidade, mudança de uso e ocupação do solo, entre outras, com o objetivo de oferecer subsídios às políticas públicas de mitigação das mudanças climáticas baseadas em evidências científicas. Conheça aqui.