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Evento internacional discute produção científica sobre comportamento autista

Publicado em 04 janeiro 2012

Entre os dias 9 e 13 de janeiro, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) irá sediar a Escola São Paulo de Ciência Avançada: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista, uma iniciativa que visa fomentar e impulsionar a pesquisa científica sobre o comportamento autista no Brasil, bem como a internacionalização dos grupos de pesquisa.

"Queremos colocar o estado de São Paulo no cenário da produção científica mundial", destaca o organizador do evento, Celso Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar. Goyos explica que, apesar de existirem grupos de pesquisas sobre autismo no Brasil, eles não são tão bem estruturados como em outros países. "Existem pesquisas de qualidade, mas elas estão espalhadas, o que dificulta o acesso. Hoje em dia a ciência caminha em grupo, então um dos objetivos da escola é colocar essas pessoas em contato, principalmente com a comunidade internacional", diz.

Para isso, a Escola - uma modalidade de apoio da FAPESP - reunirá estudantes e pesquisadores brasileiros e de países como Estados Unidos, Canadá, Noruega e Espanha, das áreas de genética, medicina molecular e análise comportamental em workshops, sessões de pôsteres e apresentações orais.

"Epidemia" de autismo

O autismo é uma deficiência no desenvolvimento que afeta a habilidade do indivíduo em se comunicar e interagir com os outros. Nos últimos anos, as pesquisas sobre esta disfunção comportamental vem obtendo avanços que apontam para a melhoria no tratamento. "Uma das coisas mais importantes sobre o autismo é que quanto mais cedo for diagnosticado e mais intenso for o tratamento desde o início, maiores são as chances de recuperação do indivíduo", destaca Celso Goyos.

Ainda sem dados oficiais, outra constatação apontada pelo pesquisador é a de que o número de casos de autismo no mundo têm aumentado nos últimos anos, destoando da antiga concepção de que se tratava de uma doença rara. "Mas isso não significa que estamos vivendo uma "epidemia do autismo". Hoje se conhece mais sobre as formas de identificação da síndrome - uma das razões para se aumentar o número de casos. Outra razão é de que a síndrome, hoje, abrange uma variedade muito ampla de características comportamentais. Conforme forem introduzindo novas características, você vai abrangendo um número maior de pessoas, de casos", explica.

Participação do público

A sessão de abertura da Escola terá entrada livre para o público em geral. Após a solenidade, haverá um painel de discussão, composto por pesquisadores convidados para a Escola, que apresentará perspectivas dos estudos nas três áreas foco do evento: genética, medicina molecular e análise comportamental.

Os interessados em assistir alguma das apresentações, que serão realizadas em inglês e sem tradução para o português, deverão solicitar a inscrição pelo e-mail espca.autism@gmail.com. As vagas são limitadas.