Workshop realizado na Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) nesta quarta-feira (27), reuniu pesquisadores brasileiros e norte-americanos para discutir possibilidades de desenvolvimento de redes de sensores ambientais adaptados às florestas tropicais.
Projetar sensores mais robustos e mais baratos, capazes de medir dados como temperatura e umidade, é essencial para possibilitar o monitoramento ambiental tridimensional da Amazônia a partir de redes de sensores espalhados em grandes áreas de florestas, de acordo com Carlos Nobre, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT) e coordenador executivo do Programa Fapesp de Pesquisa em Mudança Climática Global (PFPMCG).
Segundo Nobre, os participantes brasileiros do grupo têm longa experiência no monitoramento com base em medições de condições de florestas tropicais. Mas até agora, por falta de sensores adaptados a essas condições e que tivessem preços acessíveis, não foi possível instalar redes capazes de extrair amostras de alta frequência e cobertura em três dimensões. Ele conta que os sensores utilizados atualmente podem chegar a R$ 20 mil por unidade.
“Várias extrapolações foram feitas a partir de dados obtidos em torres na Amazônia, mas não temos de fato uma visão tridimensional, que permitiria o acesso a dados científicos preciosos para estudo de fenômenos como as mudanças climáticas. O ideal seria poder espalhar algo como mil sensores em uma área de 10 quilômetros quadrados, por exemplo”, disse Nobre.