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Evento: “A Ciência contra o Câncer” (1 notícias)

Publicado em 25 de setembro de 2018

Nessa segunda-feira, 24 de setembro, participei de evento do Instituto do Legislativo Paulista (ILP) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP) sobre “A Ciência contra o Câncer”.

Primeiramente, Leonardo Quintiliano, diretor-executivo do ILP, realizou a apresentação da Assembleia Legislativa do Estado de S. Paulo (Alesp), bem como do evento. Mencionou a Escola do Legislativo, como “braço do legislativo”, sendo o Legislativo aberto aos cidadãos, assim como a comunidade legislativa.

A seguir, Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente da FAPESP, também realizou agradecimentos e ressaltou a importância de trazer a comunidade científica para a Alesp. Frisou que a Ciência deve impactar a qualidade de vida e a Saúde, em prol do convívio social. O palestrante, assim, destacou que o Câncer causa impacto econômico (custo / tratamento). E, então, agradeceu novamente aos palestrantes e ressaltou a relevância da parceria entre a Alesp e o ILP.

Adiante, divulgou-se o vídeo institucional da Alesp. O vídeo trouxe que as pesquisas buscam a melhoria da qualidade de vida; a melhoria dos tratamentos médicos; o desenvolvimento de novos medicamentos. Além disso, trouxe também que a pesquisa se aplica à agropecuária, ao estudo das doenças. Assim, frisou a relevância da parceria entre as universidades e o setor privado para o desenvolvimento de pesquisas. Frisou também que as empresas devem desenvolver tecnologia para a proteção do ambiente e da saúde. Finalmente, ressaltou o apoio que deve ser conferido às pequenas empresas empreendedoras, bem como às startups.

Roger Chammas (Faculdade de Medicina da USP), por sua vez, tratou do cenário sobre o Câncer no Estado de São Paulo. Frisou o impacto social da pesquisa no Estado paulista. Lembrou que passamos por momento de transição demográfica, com o envelhecimento da população e a necessidade de medicamentos para tratamentos de doenças.

Ressaltou, assim, a importância do estudo do câncer, com vistas à longevidade da população. Lembra que o câncer se trata da causa de mortes de paulistas, sendo a segunda ou terceira causa de mortes. Daí a importância de a comunidade científica ser sensível ao tema. E também a relevância do capital humano, para entender o cenário. Enfatizou, a seguir, a relevância da FAPESP, como agência de fomento de pesquisas, bem como de universidades como a USP e a Unicamp, onde o conhecimento científico é disponibilizado ao mundo, com excelentes trabalhos científicos. Informa, assim, sobre as parcerias com universidades de outros países, como a Harvard, nos estados unidos. Daí passa a dizer sobre a internacionalização da produção científica. Então, menciona linhas de pesquisa de interesse, a saber: 1) epidemologia/prevenção (oncologia molecular); e 2) inovação diagnóstica e terapêutica (pesquisas clínicas).

O palestrante, adiante, ressalta o impacto de 30 anos acerca dos estudos acima. Informa, assim, questões voltadas ao futuro. Tais como o emprego da tecnologia robótica, reduzindo o uso de tecnologia invasiva. Ou ainda, o uso da Tecnologia da Informação (TI), da Internet das Coisas, e da parceria com indústria farmacêutica para pesquisas clínicas. Além disso, ressalta o emprego das novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como o importante papel das pesquisas paulistas, da maior produção de pesquisas de qualidade/quantidade. Também atenta para a oportunidade para transferência de tecnologia em benefício da população. Então, informa sobre a necessidade de mais áreas científicas de pesquisas e também de mais áreas assistenciais, além da integração para compartilhamento de informações. Finalmente, atenta para um futuro promissor, com a atuação conjunta entre o SUS e o setor de Ciência, Tecnologia & Inovação, para buscar o desenvolvimento econômico social e suprir as necessidades do SUS.

Emmanuel Dias-Neto (Hospital do Câncer A.C Camargo), tratou sobre aspectos emergentes em câncer gástrico. Dentre assuntos tratados em sua palestra, importa trazer o emprego de novas tecnologias na Saúde. Tais como o uso do Big Data, da Inteligência Artificial e Data mining para entender/estudar o Câncer.

Maria Ignez Saito (Faculdade de Medicina da USP), tratou da prevenção e imunização do HPV. Ressaltou a importância da vacinação para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, ressaltou a importância de uma imprensa parceira que leve ao conhecimento público informações sobre as doenças, não só para os letrados, mas também para a população carente com difícil acesso à informação. Lembrou, então, que é de interesse uma população menos informada/instruída/crítica/educada, que seja, portanto, mais facilmente manipulada.

Daniela Baumann Cornélio (Ziel Biosciences), por fim, expôs considerações sobre um método de autocoleta de amostras para exame de HPV e outros indicadores de câncer de colo de útero. De tal forma, seriam realizados exames mais simples e efetivos e com baixos custos. A palestrante, por outro lado, destacou a importância de uma disciplina sobre empreendedorismo nas universidades e, além disso, do papel relevante das startups da saúde.

Finalmente, quando finalizadas as apresentações, indaguei sobre a questão de soberania na área de transferências de tecnologia e patentes na Saúde. Um dos palestrantes respondeu que de fato deve haver a nacionalização de produção de medicamentos, como os genéricos, para reduzir o déficit da balança comercial causado, entre outros, pela área da Saúde. Portanto, podemos dizer que o pesquisador científico Miguel Nicolelis acerta quando diz que devemos relacionar Soberania e Pesquisa Científica.

Para nós, em linhas gerais, diante disso, seria necessário um efetivo canal de comunicação e troca de informações entre entes e setores da administração pública, funcionando integrado e articuladamente, além da instituição de políticas públicas, bem como a criação de novas leis que abordem o tema.

Saiba mais sobre o tema:

“Ao receber um diagnóstico de câncer de próstata, José Alberto de Camargo, então diretor de uma grande empresa de mineração, volta-se para a busca do melhor tratamento médico para seu caso e de informações que o ajudem a entender e combater a doença. Com co-autoria do jornalista Camilo Vannuchi, reúne um relato do autor-paciente e os dados sobre o assunto, oferecendo uma leitura elucidativa.” (Google Books)