A fuga de gás, cujo principal componente é o metano, um poderoso gerador de efeito de estufa, ainda é uma grande preocupação dos cientistas e das instâncias envolvidas na cadeia de produção.
“Se quisermos reduzir paulatinamente o uso intensivo de fósseis até eventualmente chegarmos aos renováveis, o gás natural dá-nos uma oportunidade de, talvez, ser um combustível de transição, pois não há dúvida que, quando o queimamos, libertamos menos dióxido de carbono para a atmosfera”, resumiu Dave Allen, professor de engenharia química da Universidade do Texas, em Austin (EUA).
A preocupação de Dave Allen e colegas pode ser traduzida em números. “Se um por cento a três por cento do gás que retiramos do chão libertar-se, antes de usarmos, perdemos toda essa vantagem que ele tem como combustível de baixo carbono”, explicou.
Segundo Dave Allen, uma estimativa média aponta uma perda de dois por cento de todo o gás extraído. “Já perdemos boa parte dessa vantagem e o que temos é uma situação em que uma pequena parte das instalações é responsável por grande parte das emissões”, assinalou. Entre os dias 27 e 28 de Setembro, a conferência “Sustainable Gas Research Innovation 2016”, que decorreu em São Paulo (Brasil), reuniu cerca de 140 pesquisadores do Sustainable Gas Institute (SGI), dos EUA, do Imperial College of London, da Inglaterra, e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gás Natural, do Brasil.
Os participantes discutiram projectos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, para explorar e definir o papel do gás natural na matriz energética mundial, incluindo novas tecnologias e aplicações, e novas maneiras de diminuir a emissão de gases de efeito de estufa.
O Centro de Pesquisa para Inovação em Gás Natural é uma instituição de excelência em pesquisa sobre gás natural, que reúne cerca de 40 docentes e 200 pesquisadores do estado de São Paulo.
Sediado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o centro tem hoje 29 projectos de pesquisa em andamento. Até 2020, a previsão é que sejam investidos 100 milhões de reais nesses projectos, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do BG Group/Shell.