Variedade que infectou dois animais em centro de criação nunca contaminou humanos
WASHINGTON - Pelo menos dois macacos infectados com o vírus Ebola, doença que causa a morte de 80% das pessoas infectadas, foram importados das Filipinas por um centro de criação de macacos em Alice, no Texas. Um dos macacos morreu com diarréia no dia 30 de março, o outro foi eliminado, e o resto dos animais está em observação. A cepa (variedade) do vírus, segundo autoridades de saúde do Texas, é similar - mas não idêntica - à do Ebola Reston, encontrado em macacos nas proximidades de Washington, em Virgínia, em 1989. Essa modalidade do vírus nunca infectou um ser humano.
No ano passado, o Ebola foi responsável pela morte de 244 pessoas no Zaire, das 316 que foram infectadas. Seres humanos infectados pelo vírus - através de mordidas de macacos contaminados, contato com o sangue ou secreções de pessoas infectadas - sangram por todas as cavidades do corpo até morrer. O Ebola é tema do livro best-seller The Hot Zone e, no ano passado, do filme Outbreak (Epidemia) com Dustin Hoffman. "Este não é o vírus do Zaire, é um subtipo diferente", disse o diretor do Departamento de Saúde do Texas, David Smith.
Funcionários - Enquanto outros macacos - entre os mais de 5 mil que ficam no centro de Alice - estavam sendo avaliados, 10 funcionários ficaram em observação - mesmo que ninguém tenha sido mordido ou arranhado pelos macacos. Durante a crise no laboratório de Reston, em 1989, quatro pessoas foram infectadas pelos macacos. Nenhuma desenvolveu a febre hemorrágica mas todos os macacos de Reston foram exterminados e o centro, que fornece macacos para pesquisa, foi fechado.
As autoridades americanas acreditam que o vírus veio do mesmo exportador filipino que em 89 enviou os macacos infectados a Reston. As Filipinas exportam cerca de 2.500 macacos para os Estados Unidos todos os anos, a um custo de US$ 550 por cabeça.
Notícia
Jornal do Brasil