A RMVale consumiu 1,2 bilhão de toe (tonelada de óleo equivalente) em combustíveis derivados de petróleo, 48% de todo consumo energético em 2016, e apenas 182,5 milhões de toe (6,98%) em etanol.
Os números poderão se inverter com o etanol de segunda geração (E2G), o etanol celulósico, obtido da palha e do bagaço da cana-de-açúcar.
Pesquisadores acreditam que o combustível será economicamente viável a partir de 2025. Para tanto, o país precisará superar barreiras agrícolas, industriais e tecnológicas.
O E2G será tema de uma conferência em Campos do Jordão, entre 17 e 19 de outubro, promovida pelo Bioen (Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia). A "Brazilian BioEnergy Science and Technology Conference" reunirá especialistas do país e estrangeiros.
Na avaliação do pesquisador Antonio Bonomi, coordenador da divisão de inteligência de processos do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, órgão do Centro Nacional de Pesquisa em Engenharia e Materiais, o custo estimado de produção do etanol de segunda geração tende a cair ao longo dos anos.
Em julho de 2014, o custo de produção do E2G era estimado em R$ 1,50 por litro, 30% acima do custo do etanol de primeira geração, de R$ 1,15.
A tendência é que o custo do E2G caia até 2025, podendo chegar a R$ 0,75 por litro e baixe ainda mais até 2030, para R$ 0,52.
Neste valor, como explicou Bonomi à agência Fapesp, o E2G seria competitivo mesmo se o preço internacional do barril de petróleo atingisse o mínimo de US$ 44 por litro --hoje é US$ 50.
O Brasil tem duas usinas de E2G --Alagoas e Piracicaba-- com capacidade de 100 milhões de litros por ano, mas que ainda estão produzindo menos da metade disso..
Xandu Alves@xandualves10
Campos do Jordão