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Etanol brasileiro atraiu a atenção da Volkswagen, que aspira transformar o Brasil em um centro de desenvolvimento de carros com motor de combustão interna (12 notícias)

Publicado em 25 de agosto de 2021

Etanol brasileiro na mira da Volkswagen! Na corrida mundial para a descarbonização do planeta, muitos países projetam utilizar carros elétricos em maior quantidade e a curto prazo, principalmente na Europa. No entanto, o Brasil pode reduzir suas emissões de forma muito rápida e barata, com o aumento da produção e do uso de etanol. Renato Romio, chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), lembra que importantes montadoras do mercado nacional e internacional perceberam o potencial do etanol brasileiro para o controle dos gases poluentes.

Etanol brasileiro atraiu atenção da Volkswagen

“O interesse pelo nosso combustível atraiu a atenção, por exemplo, da Volkswagen, que aspira transformar o Brasil em um centro de desenvolvimento de carros com motor de combustão interna. A montadora acredita que o carro elétrico, no Brasil, não teria a mesma adesão e consumo como na Europa. Porque, além de caro, produzimos etanol, considerado um biocombustível que pode atender muito bem ao objetivo de diminuir a emissão de poluentes e CO2”, comenta Romio.

Segundo cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), considerando o ciclo completo, que inclui plantio e colheita da cana, processamento, transporte e distribuição, além do uso nos carros, um veículo alimentado exclusivamente com a gasolina brasileira (com 27% de álcool anidro) emite 131 g de CO2 por quilômetro, ante apenas 37 g de CO2/km, se abastecido integralmente com o etanol de cana, valor menor que o de um modelo a bateria na Europa, que, alimentado pela matriz energética atual da região, emite 54 g de CO2/km.

A questão prioritária, portanto, é aumentar a eficiência do cultivo de cana e a produção do etanol para reduzir seu preço, além de tornar os veículos mais econômicos e, assim, convencer o consumidor a usar o biocombustível em seu carro flex, pois o álcool só tem vantagem financeira sobre a gasolina em poucos Estados no Brasil. Investir no etanol é questão de ajustar políticas públicas.

Etanol tem um ciclo bastante interessante e renovável

O etanol tem um ciclo bastante interessante e renovável, ou seja, como ele vem da cana-de-açúcar, o CO2 é absorvido pela própria plantação de cana, que o utiliza para novas produções de álcool, logo, traz benefícios para o meio ambiente.

“Além disso, há a vantagem de dispensar investimentos públicos e privados em veículos elétricos e sistemas de recarga. Vale lembrar que a Mauá, em parceria com a USP e o ITA e com o apoio da Fapesp, é sede de um centro de pesquisas em engenharia que possui o objetivo de melhorar a eficiência na utilização de biocombustíveis. Isso nos coloca em uma posição estratégica em relação às pesquisas para redução da emissão de gases de efeito estufa na mobilidade”, reforça o especialista.

Volkswagen vai adotar etanol como fonte de eletrificação no Brasil e considera produzir veículos com motor híbrido flex, como faz a Toyota

Seguindo os passos da japonesa Toyota, a Volkswagen afirma que adotará o etanol como o melhor caminho para a eletrificação do mercado de veículos nacional e considera produzir veículos com motor híbrido flex. Confira a estratégia da Volkswagen para o mercado de Etanol

Durante um evento para imprensa brasileira na quarta-feira (28), o presidente da montadora do Brasil e América Latina, Pablo Di Si, assumiu que adotará o etanol para uma mobilidade sustentável no mercado nacional. Segundo o executivo, não basta olhar apenas para o escapamento do carro, é necessário entender o sistema como um todo.

Di Si faz menção à poluição feita produzida pelos carros elétricos quando se leva em consideração toda a cadeia. Segundo uma pesquisa realizada pela

União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), enquanto um veículo totalmente elétrico consegue emitir 54 g de CO2/km, um veículo com motor híbrido flex emite 37 gCO2/km. Para o CEO da instituição, Evandro Gussi, atualmente o carro mais básico que utiliza etanol como combustível no Brasil é mais limpo do que qualquer carro elétrico da Europa.

Segundo o diretor, não é uma questão de “carro elétrico versus etanol”, e sim “carro elétrico mais etanol”. O diretor afirma que o processo de transição para os carros elétricos traz algumas vantagens e ganhos em questão de eficiência se comparados aos motores a combustão, mas no caso do Brasil é necessário resolver, também, o problema da geração elétrica. Segundo Gussi, se sua geração de energia não é limpa, com baixa emissão de carbono, o problema ainda não foi resolvido.