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Estudos mostram que 2 anti-inflamatórios ajudam na recuperação da covid-19 (119 notícias)

Publicado em 25 de setembro de 2020

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Dois estudos clínicos independentes observaram 1 efeito anti-inflamatório importante, capaz de acelerar a recuperação de pacientes com covid-19 em estado grave. Um dos trabalhos foi conduzido por pesquisadores do CTC (Centro de Terapia Celular), em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, com o anticorpo monoclonal eculizumabe. O outro é de cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, com uma droga experimental chamada AMY-101.

Os resultados das duas pesquisas, que tinham como objetivo comparar o potencial terapêutico dos compostos, foram divulgados em artigo publicado na revista Clinical Immunology. Eis a íntegra.

Os 2 medicamentos foram administrados separadamente. O anticorpo monoclonal, que já é usado no tratamento de doenças hematológicas, foi testado em pacientes do Hospital das Clínicas da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo). Já o candidato a fármaco desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Amynda foi administrado a pacientes de 1 hospital em Milão, na Itália.

O resultados apresentados pelos tratamentos foram promissores, mas como a molécula AMY-101 é mais barata e teve 1 desempenho ainda melhor no teste clínico, os 2 grupos de pesquisa consideram testá-la em 1 grupo maior de pacientes no Brasil.

“Os 2 compostos causaram uma resposta anti-inflamatória robusta que culminou em uma recuperação bastante rápida da função respiratória dos pacientes”, disse Rodrigo Calado, coordenador do estudo no Hospital das Clínicas da FMRP-USP, à Agência FAPESP.

Os pesquisadores constataram que os benefícios terapêuticos do eculizumabe e da molécula AMY-101 foram proporcionados pela inibição de uma cadeia de proteínas do sangue responsáveis pela resposta imunológica, chamada sistema complemento.

A ativação persistente e descontrolada do sistema complemento é responsável pela resposta inflamatória exacerbada à infecção pelo SARS-CoV-2, caracterizada por 1 aumento sistêmico de citocinas pró-inflamatórias – conhecido como “tempestade de citocinas”.

Incapaz de impedir a infecção das células pelo vírus, o sistema complemento entra em uma espiral de ativação descontrolada e contínua que leva a uma infiltração maciça de monócitos e neutrófilos nos tecidos infectados. Esse quadro leva a danos inflamatórios persistentes das paredes dos vasos que circundam múltiplos órgãos vitais, à lesão microvascular disseminada e à trombose, culminando na falência de múltiplos órgãos.

“Estudos anteriores já apontavam o uso de inibidores do sistema complemento como uma estratégia terapêutica promissora para melhorar a tromboinflamação em pacientes com covid-19 e existiam relatos de casos com resultados positivos.”, afimou Calado. Porém, segundo ele, não tinha sido elucidada a ação e avaliada a eficácia de medicamentos já usados no tratamento de doenças hematológicas causadas por alterações no complemento, como o eculizumabe, e candidatos a fármacos com essa função, a exemplo da AMY-101.

A fim de avançar nesse sentido, os pesquisadores fizeram 2 estudos clínicos para comparar a eficácia biológica da eculizumabe com o peptídeo sintético AMY-101 em pequenas grupos independentes de pacientes com covid-19 em estado grave.

Um grupo de 10 pacientes internados no Hospital das Clínicas da FMRP-USP, com idade entre 18 e 80 anos, recebeu uma vez por semana durante o período de internação uma dose de 900 mg de eculizumabe, que inibe a proteína C5 do sistema complemento.

Outros 3 pacientes internados em 1 hospital em Milão, na Itália, receberam durante a internação uma dose por semana de 5 mg de AMY-101, desenvolvida para inibir a proteína C3 do sistema complemento.

Juntas, as proteínas C3 e C5 desempenham as atividades mais importantes no sistema complemento.

Os resultados das análises das respostas clínicas indicaram que o eculizumabe e a AMY-101 provocaram uma resposta anti-inflamatória robusta, refletida em 1 declínio acentuado nos níveis de proteína C reativa (CRP) e interleucina 6 (IL-6), que foi associado a uma melhora acentuada da função pulmonar dos pacientes.

A inibição da proteína C3 pela molécula AMY-101 proporcionou 1 controle terapêutico mais amplo, caracterizado pela recuperação mais rápida de linfócitos, declínio acentuado do número de neutrófilos e maior atenuação da tromboinflamação induzida pela resposta inflamatória exacerbada à infecção pelo SARS-CoV-2.

“Os resultados dos ensaios clínicos mostram que a inibição de componentes do sistema complemento causa uma diminuição bastante intensa da inflamação”, disse Calado.

Novo estudo clínico

Em razão dos resultados promissores dos 2 ensaios clínicos, os pesquisadores do CTC e da Universidade da Pensilvânia estão planejando realizar 1 estudo clínico de fase 3, com a participação de mais de 100 pacientes com covid-19 em estado grave. Os pacientes serão tratados apenas com AMY-101, a fim de avaliar a eficácia da molécula de modo mais amplo.

O estudo será conduzido no Hospital das Clínicas da FMRP-USP e envolverá, provavelmente, outras instituições de pesquisa no país. “Uma das vantagens da AMY-101 é que o custo é muito menor do que o eculizumabe, que é um medicamento mais caro”, compara Calado.

Com informações da Agência FAPESP