A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/Esalq, Piracicaba/SP) planeja construir um novo laboratório para estudos genômicos. O anúncio foi feito pelo engenheiro agrônomo da USP, Luiz Lehmann Coutinho, durante o 56º Congresso Brasileiro de Genética, que aconteceu de 14 a 16 de setembro na cidade do Guarujá (SP).
A obra, que terá apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no valor de R$ 2 milhões, ainda não teve início, porém os equipamentos começarão a ser importados em breve pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O investimento em equipamentos deve chegar a casa dos R$ 2,5 milhões, e já devem estar disponíveis para uso antes mesmo do prédio ficar pronto.
De acordo com Coutinho, os aparelhos irão permitir a realização de pesquisas simultâneas e devem agilizar os resultados. Em um dos projetos da universidade, por exemplo, que estudou variações na sequência genética (polimorfismos) de frangos, os pesquisadores usaram, numa varredura do DNA, 120 marcadores genéticos. Esses marcadores são trechos do DNA que ajudam a identificar a presença de um gene que determina características observáveis (fenótipos) de um animal. "Com os equipamentos novos, poderemos pesquisar uns 50 mil marcadores", afirma o agrônomo da USP.
Um dos genes já estudados pela equipe em duas linhagens de frango importantes na avicultura (uma de corte e outra "de postura", para ovos) é a miostatina (ou GDF-8), que age limitando o crescimento muscular. Os pesquisadores viram que o gene é ativado de modos diferentes nas duas linhagens. Isso ocorre também com mais de uma centena de outros genes. "Quando o gene da miostatina não é encontrado, há hipertrofia do músculo, desenvolvimento muscular acima do normal. Isso pode acontecer também em bois" ressalta Coutinho.
Fonte: Assocon, adaptado pela equipe feed&food