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Estudos da Unesp são destaque em simpósio de recursos hídricos (1 notícias)

Publicado em 01 de dezembro de 2015

Por Cínthia Leone

Professores e estudantes da Unesp tiveram trabalhos aprovados para apresentação no XXI Simpósio da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH), o maior evento técnico da área no país. O encontro foi realizado de 22 a 27 de novembro em Brasília, sob o tema "Segurança hídrica e desenvolvimento sustentável: desafios do conhecimento e da gestão". Conheça alguns dos projetos da Universidade discutidos no evento:

Polimento de esgoto

Liliane Lazzari Albertin desenvolve no Laboratório de Saneamento da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS) um modelo de polimento de esgoto. "A maior parte dos sistemas de tratamento que operam no país empregam modelos que não removem todos os resíduos", afirmou a pesquisadora. Para melhorar esse tratamento, a pesquisa, que tem financiamento da Fapesp (Fundação de amparo à Pesquisa do estado de São Paulo), usa uma planta conhecida como Lâmina ou limbo. Esse vegetal retirar os nutrientes do esgoto, sobretudo a amônia. "Ela limpa a água e acaba ficando rica em proteínas e amido. Por isso, estamos estudando agora usos para essa espécie após o tratamento do esgoto, como ração animal ou produção de etanol."

Qualidade da água no campo

Maurício Augusto Leite estuda a segurança hídrica no meio rural a partir da análise de dados da água usada nessas regiões e dos índices de tratamento de esgoto. Ele investiga assentamentos rurais no oeste do Estado de São Paulo, e os dados revelados até agora indicam que essas comunidades estão usando água contaminada. "Essa é a realidade geral do meio rural. Os que têm mais acesso à água tratada são os que moram mais próximos do meio urbano. Nos lugares mais afastados, essas pessoas estão expostas a riscos." O professor explica ainda que fezes de animais e bichos mortos podem contaminar a água, provocando doenças como botulismo, além de afetar o gado, gerando leite e carne de má qualidade.

Aquíferos

Na Unesp de Ourinhos, Rodrigo Lilla Manzione desenvolve estudos sobre aquíferos, sobretudo o Bauru e o Guarani. "Os recursos hídricos subterrâneos muitas vezes não são considerados na gestão da bacia como um todo", afirma o pesquisador. Sua equipe trabalha na região da Bacia do Médio Paranapanema, no oeste paulista, em parceria com os comitês de bacias e gestores locais.

Captação de água de chuva

Recém ingressante do curso de mestrado na FEIS, a estudante Thaís Tonelli Marangoni vai investigar formas de capitação de água de chuva no meio urbano que não se limitem apenas ao telhado de casa e prédios, como são os modelos atuais. "Há uma limitação tanto em qualidade quanto em qualidade dessa água porque os telhados acumulam muitas partículas de poluição", explica. A pesquisa é orientada pelo professor Jefferson Nascimento de Oliveira.

Monitoramento de enchentes

Lucas Menezes Felizardo, que defenderá seu mestrado em fevereiro de 2016, desenvolveu um sistema de monitoramento da vazão de bacias com simulações em três dimensões. "Os sistemas atuais trabalham com duas dimensões, ou seja, uma imagem plana, o que impede prever, por exemplo, qual seria a altura de uma enchente nas ruas de um determinado bairro, por exemplo", explica. Segundo o pesquisador, um modelo tridimensional ajudaria bombeiros e defesa civil a organizar áreas de atenção prioritárias em caso de chuvas fortes mesmo antes da precipitação ocorrer.

Restauração de rios

A arquiteta Sara Camacho estuda em seu mestrado da FEIS formas de restaurar rios urbanos degradados. "Ainda não existe esse levantamento no Brasil. Há bancos de dados de rios europeus e nos EUA, mas ainda não temos, com os nossos rios, um índice que diga, pro exemplo, qual rio deve ser priorizado para uma restauração", explica. Ela também afirma que há pouca pesquisa sobre os resultados após a aplicação dessas intervenções de recuperação de cursos de água.

Córrego sem nome

No Jardim Aeroporto, na cidade de Ilha Solteira, há um córrego "Sem Nome", e a mestranda Karen Tavarez Zambrano, da FEIS, analisa o nível de degradação da água. "Eu fiz na iniciação científica, durante a graduação, um levantamento dos córregos da cidade para descobrir qual seria o curso de água que mais sofre os impactos da urbanização naquele município", explica a estudiosa. "Identificamos não apenas que o Sem Nome era o mais degradado, mas também que a população e os gestores mal se dão conta desses impactos."

Participação da Unesp de Rio Claro

Além das atividades das unidades de Ilha Solteira e Ourinhos, o Prof. Dr. Rodrigo Moruzzi, engenheiro civil e Mestre e Doutor em Engenharia Civil, Professor Adjunto do Departamento de Planejamento do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp de Rio Claro, desempenhou uma série de atividades no evento, entre elas,  Presidente da mesa na SessãoTécnica 25 - Tema da Sessão: Água de Chuva

Moruzzi apresentou ainda, como autor, os seguintes trabalhos:

DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL PER CAPITA PARA FINS DE APROVEITAMENTO: ESTUDO DE CASO DA CIDADE DE BAURU (SP); APLICAÇÃO DE LAMA VERMELHA NO TRATAMENTO DE ÁGUA;  VARIABILIDADE ESPACIAL DAS TAXAS DE INFILTRAÇÃO EM TERRENOS SUBMETIDOS À EROSÃO LINEAR; e MONITORAMENTO DE PLANO DE INFILTRAÇÃO CONSTRUÍDO EM ESCALA REAL.

Ele participou ainda da Participação da reunião do projeto em rede BRUM financiado pela FINEP, sendo o único representante da Unesp, tendo como universidades parceiras dessa proposta: Unicamp, Unesp, UFSCar, UFG, UFRN, UERJ e USP.

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