Depois de provocar uma grave epidemia que resultou no nascimento de milhares de bebês com microcefalia, o vírus da zika revela em estudo publicado na Scientific Reports um aspecto tão inesperado quanto positivo
Depois de provocar uma grave epidemia que resultou no nascimento de milhares de bebês com microcefalia, o vírus da zika revela em estudo publicado na Scientific Reports um aspecto tão inesperado quanto positivo
Depois de provocar uma grave epidemia que resultou no nascimento de milhares de bebês com microcefalia, o vírus da zika vem revelando um aspecto tão inesperado quanto positivo: a capacidade de destruir tumores cancerígenos. Um novo estudo publicado na Scientific Reports por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constatou que o vírus é capaz …
No trabalho mais recente, publicado ontem, os cientistas da Unicamp usaram células de adenocarcinoma de próstata. Eles constataram que, mesmo depois de ser inativado, o vírus consegue inibir a replicação das células. Os experimentos foram feitos com uma linhagem viral obtida a partir de amostras isoladas de um paciente infectado no Ceará, em 2015. Depois de cultivado em laboratório, o vírus foi aquecido a uma temperatura de 56º C durante uma hora para que o seu potencial de causar uma infecção fosse inibido.
O trabalho foi feito pela estudante de doutorado Jeany Delafiori com a colaboração do doutorando Carlos Fernando Odir Rodrigues e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A linha de pesquisa do grupo teve início há cerca de quatro anos, quando foi descoberta a relação entre a epidemia de zika e o aumento dos casos de microcefalia no País. Depois que estudos confirmaram que o vírus era capaz de infectar as células neurais dos embriões, Catharino resolveu testá-lo em linhagens de glioblastoma – o tipo mais comum e agressivo de câncer do sistema nervoso central. A redução, no caso, foi de 40%.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 60 mil novos casos de câncer de próstata são registrados todos os anos no País. Trata-se do segundo tipo mais incidente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. O novembro azul é uma campanha internacional que visa a chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença.