As regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro concentram mais de 30 milhões de habitantes, ou 16% da população do País. Identificar os riscos do aquecimento global nas duas megacidades e os benefícios em segurança e desenvolvimento socioeconômico das ações de adaptação e mitigação são os objetivos do estudo liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentado em dois painéis com representantes da comunidade acadêmica internacional e nacional e gestores de políticas públicas.
Os resultados do estudo serão importantes para outras regiões do Brasil, que concentra mais de 80% de sua população em áreas urbanas e possui dezenas de cidades com número superior a 500 mil habitantes. Até quarta-feira, na Escola Nacional de Botânica Tropical, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Serão discutidas as relações entre mudanças climáticas, megacidades, urbanização, vulnerabilidade, desigualdade, adaptação e mitigação.
Na próxima semana será mapeado o impacto do aquecimento global em São Paulo. De 20 a 22 de julho, o workshop acontece na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). ¿O principal resultado esperado é a identificação das maiores vulnerabilidades das cidades de São Paulo e Rio frente às mudanças climáticas já observadas e as projeções de tais mudanças ao longo do século¿, diz Carlos Nobre, coordenador do estudo pelo INPE, informa texto da assessoria. Na Unicamp, o projeto é liderado por Daniel Hogan e tem ainda a colaboração Magda Lombardo, da Unesp.
O estudo é financiado pela embaixada do Reino Unido, pela Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para as Mudanças Climáticas, com o apoio do Programa Fapesp de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro.
Grandes cidades como São Paulo e Rio apresentam um conjunto de problemas socioambientais associados aos padrões de desenvolvimento e transformações do espaço. Para mapear suas vulnerabilidades será utilizada uma base de dados das regiões metropolitanas com informações sobre climatologia, poluição ambiental, relevo, hidrografia, áreas de proteção, uso e ocupação da terra, expansão urbana, áreas de inundação e risco de deslizamento, dados censitários e socioeconômicos, informações de saúde, entre outras.
Eventos climáticos extremos implicam desabamentos de encostas, alagamentos, picos de poluição atmosférica e erosão em áreas costeiras nas cidades litorâneas. Para os cientistas, as recentes catástrofes em várias cidades brasileiras revelam que ações mitigadoras e adaptativas são imperativas e ganham novas dimensões em termos de segurança humana e patrimonial e do desenvolvimento sustentável do País. Em meados de 2010, os mapas de vulnerabilidade serão apresentados aos tomadores de decisão municipais, estaduais e federais dos poderes Executivo e Legislativo.
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