Notícia

Portal Tela

Estudo revela que exercício físico melhora a resposta imune em pacientes com DPOC (47 notícias)

Publicado em 10 de janeiro de 2025

Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) enfrentam dificuldades para realizar exercícios físicos devido ao cansaço, falta de ar e fraqueza muscular. Contudo, um novo estudo brasileiro, coordenado pela professora Fernanda Degobbi Lopes e apoiado pela FAPESP, destaca que a prática regular de atividades físicas é crucial para a reabilitação pulmonar, trazendo benefícios como a diminuição de fatores inflamatórios, aumento da massa muscular e melhora na qualidade de vida. A pesquisa foi realizada durante o pós-doutorado de Juliana Tiyaki Ito-Uchoa no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O estudo, publicado na revista Pulmonology, revela que a DPOC, frequentemente causada pelo tabagismo, provoca um processo inflamatório crônico que afeta a resposta imune. A pesquisa anterior do grupo de Lopes identificou que fumantes com DPOC apresentam falhas na resposta imune, especialmente nas células de defesa Th17 e Treg, que desempenham papéis opostos na inflamação. A ativação inadequada das células Treg resulta em uma resposta inflamatória exacerbada, contribuindo para a progressão da doença.

A equipe avaliou 20 pacientes com DPOC grave, entre 50 e 80 anos, divididos em grupos de exercícios e controle. O programa de treinamento incluiu 24 sessões de exercícios aeróbicos e de resistência, supervisionados por fisioterapeutas. Os resultados mostraram que o grupo ativo teve um aumento nas células Treg ativadas e uma redução nas células Th17, além de melhorias na força muscular e diminuição da dispneia. Lopes enfatiza que esses achados demonstram que o exercício físico pode melhorar a resposta imune e atenuar os sintomas respiratórios, mesmo em estágios avançados da DPOC.

No Brasil, a DPOC afeta cerca de 15,8% da população acima de 40 anos na Região Metropolitana de São Paulo, sendo a quinta causa de morte entre doenças crônicas não transmissíveis. A condição também representa uma significativa carga no Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a importância de intervenções como a atividade física para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.