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Estudo revela que Elevação do Rio Grande era gigantesca ilha tropical próxima ao Brasil e rica em minério (21 notícias)

Publicado em 28 de novembro de 2023

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revelaram que a Elevação do Rio Grande, uma porção submersa a cerca de 1.200 quilômetros da costa do Brasil, no Atlântico Sul, entre 45 milhões e 40 milhões de anos atrás, era uma gigantesca ilha tropical, coberta de vegetação e rica em minérios.

Os estudiosos encontraram a presença de argilas vermelhas com alguns minerais como caulinita, magnetita, magnetita oxidada, hematita e goethita, que são típicos de alteração tropical de rochas vulcânicas. Foram analisadas características mineralógicas, geoquímicas e magnéticas de amostra de argila vermelha distinta dragada de uma profundidade de água de cerca de 650 metros na área ocidental da elevação.

A expedição fez parte de um Projeto Temático e foi realizada com os navios de pesquisa oceanográfica Alpha Crucis, da USP, e Discovery, da realeza britânica. O estudo publicado na revista Scientific Reports é resultado de quase dez anos de trabalho e traz novas informações sobre a formação geológica composta por um conjunto de montanhas submarinas que ocupa uma área equivalente ao território da Espanha.

“A pesquisa permitiu definir exatamente a presença da ilha, e o que está se discutindo hoje é se essa área pode ser incluída na plataforma continental brasileira. Geologicamente, conseguimos descobrir que as argilas se formaram depois das últimas atividades vulcânicas registradas há 45 milhões de anos, ou seja, a formação foi entre 30 milhões e 40 milhões de anos atrás. E deve ter se formado em decorrência dessas condições tropicais”, disse o professor e orientador do trabalho, Luigi Jovane, para a Agência Fapesp.

No local já foram encontradas áreas ricas em cobalto, níquel, lítio e terras-raras, como o telúrio, minérios-alvo de indústrias voltadas à geração de energia de alta eficiência – substituta de combustíveis fósseis, um dos causadores do aquecimento global. Após entender os serviços ecossistêmicos e os processos naturais que atuam na Elevação do Rio Grande, os pesquisadores conseguirão fazer a avaliação de impacto ambiental e o cálculo desses impactos para daí ter o estudo completo para a preservação ambiental da área, incluindo mitigação e contrapartidas de um possível uso de parte da região.