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Estudo revela molécula que pode revolucionar a queima de gordura (63 notícias)

Publicado em 01 de setembro de 2024

Pesquisadores descobrem neuropeptídeo que ativa reservas de gordura marrom e bege, potencializando o emagrecimento e oferecendo esperança para combate à obesidade

Em uma descoberta que pode transformar o tratamento da obesidade, um grupo de pesquisadores, incluindo cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), identificou uma molécula capaz de induzir o corpo a queimar gordura de forma mais eficiente. Publicado na revista científica Nature na última quarta-feira (28/8), o estudo revelou que o neuropeptídeo Y (NPY), conhecido por seu papel no cérebro, também atua no sistema nervoso periférico, desencadeando a queima de gordura marrom e bege.

Essa descoberta é especialmente significativa porque, ao contrário da gordura branca, que armazena calorias, as gorduras marrom e bege são termogênicas, ou seja, queimam energia para manter a temperatura corporal. O NPY, ao atuar fora do cérebro, inverte sua função habitual de promover o acúmulo de gordura, ativando o metabolismo e acelerando o gasto energético, o que pode facilitar o emagrecimento.

“Nossa pesquisa mostrou que este neuropeptídeo atua nas células murais, que formam o muro que separa o sistema nervoso central do periférico. Ali, ele ativa o tecido adiposo termogênico, levando à queima de calorias”, explicou Ana Domingos, professora da Universidade de Oxford e líder do estudo.

No entanto, a pesquisa também revelou um desafio: quanto mais gordura branca uma pessoa acumula, mais difícil se torna ativar esse sistema de queima de gordura marrom. Isso ocorre porque as células murais, responsáveis por conduzir as sinapses que ativam a queima de gordura, podem ser comprometidas em indivíduos obesos, criando um ciclo vicioso de acúmulo de gordura.

Os testes realizados em camundongos modificados para não ter neuropeptídeos Y no hipotálamo demonstraram que a ausência dessa molécula reduz a capacidade termogênica dos animais, levando à obesidade mesmo com uma dieta regular. Essa descoberta sugere que o NPY desempenha um papel crucial na regulação do peso corporal, além de destacar sua potencial aplicação em novas terapias para combater a obesidade.

Os pesquisadores estão otimistas de que essa descoberta pode levar ao desenvolvimento de medicamentos que aumentem o gasto energético, mantendo a gordura marrom ativa por mais tempo. Isso representaria um avanço significativo na luta contra a obesidade, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

O estudo abre novas perspectivas para a criação de tratamentos mais eficazes e menos invasivos, oferecendo esperança para aqueles que lutam contra o excesso de peso e suas complicações associadas.

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