Em artigo de revisão publicado na revista Chemical Reviews, pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) apresentam uma análise abrangente da ação, na pele humana, dos chamados fotossensibilizadores endógenos. Produzidas pelo próprio organismo quando exposto à luz, essas moléculas transformam a energia luminosa em reatividade química, provocando transformações tanto benéficas quanto prejudiciais.
Conduzido no âmbito do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, o trabalho investigou as conexões entre a excitação eletrônica dos fotossensibilizadores endógenos e a subsequente ativação ou o dano a biomoléculas. Os resultados apontam para as possíveis causas do aumento contínuo dos casos globais de câncer de pele, bem como para as limitações das abordagens atuais de proteção solar.
Assinam o artigo os cientistas Erick L. Bastos, Frank H. Quina e Maurício S. Baptista, todos do IQ-USP. “Conseguimos posicionar a fronteira da fotoquímica que acontece na pele sob exposição solar. Mostramos os fotossensibilizadores e as reações. Falamos de proteínas, lipídios, carboidratos e tudo mais que tenha relevância no tema. É um artigo importante tanto pela abrangência quanto pela profundidade, e o formalismo químico está perfeito. Minha expectativa é que esse trabalho fomente mais pesquisas nessa área”, afirma Baptista, que também é membro do Redoxoma.